POLÍTICA

Governo Lula zomba da cassação de Deltan em tuíte com PowerPoint

O perfil Governo do Brasil usou uma imagem de PowerPoint para celebrar feitos do governo, em uma clara referência à apresentação do então procurador, que acusava Lula de liderar uma quadrilha

RENATO MACHADO - FOLHAPRESS

Publicado em 17/05/2023 às 19:42

Atualizado em 17/05/2023 às 19:49

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Powerpoint utilizado pelo Governo / Reprodução/ Redes Sociais

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O governo do presidente Lula (PT) usou um canal oficial nas redes sociais para zombar da cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

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O perfil Governo do Brasil usou uma imagem de PowerPoint para celebrar feitos do governo, em uma clara referência à apresentação do então procurador, que acusava Lula de liderar uma quadrilha.

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"O Governo segue trabalhando para melhorar a vida da população, com programas como o Brasil Sorridente, Mais Médicos, Bolsa Família, entre outras conquistas. Temos convicção de que ainda temos muito trabalho pela frente, é só o começo da união e reconstrução de um Brasil melhor", afirma o texto.

Esse perfil vinha sendo pouco utilizado pelo governo Lula. Todos os outros meios oficiais começaram a republicar o mesmo conteúdo, como o canal oficial da Secretaria de Comunicação da Presidência e um outro da Presidência da República.

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O presidente ainda não retuitou a mensagem. Ele está em viagem a caminho do Japão para a cúpula do G7.

Em setembro de 2016, o então procurador Deltan fez uma apresentação com PowerPoint, na qual apresentou o que chamou de "14 conjuntos de evidências" que apontavam para o nome de Lula no centro.

"Nós passaremos a apresentar um conjunto de evidências e contextos que nos fazem concluir para além de qualquer dúvida razoável que Lula foi o comandante do esquema criminoso descoberto pela Lava Jato", afirmou na ocasião.

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O ex-juiz Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, saiu em defesa nesta quarta-feira (17) da cassação de Deltan pelo TSE.

Em rede social, ele disse ter analisado "em detalhes o julgamento". "Na minha leitura jurídica a decisão foi irretocável. Não levo em conta aspectos políticos-partidários", afirmou Reis, que, em 2018, avaliou que o TSE também deveria rejeitar a candidatura de Lula à Presidência.

Antes de tomar posse para seu terceiro mandato em 2023, Lula havia dito que não usaria o seu cargo para perseguir ou se vingar de adversários políticos, em especial daqueles que atuaram para a sua prisão, como desdobramento da Operação Lava Jato.

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"Nós voltamos a governar o país. Não há tempo para vingança, não há tempo para raiva, não há tempo para ódio. O tempo é de governar", afirmou Lula ainda durante a atuação do gabinete de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil.

No entanto, o presidente vem mudando a sua postura e passou a falar abertamente sobre alguns desafetos. O caso mais notório foi quando declarou que, durante o tempo preso, dizia: "Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro".

Essa não é a primeira vez que o governo Lula utiliza canais oficiais de comunicação para ironizar adversários. A Secom também já fez sobre o caso das joias da Arábia Saudita.

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Três dias após a primeira reportagem que tratou das joias de R$ 16,5 milhões que seriam encaminhadas para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a Secom publicou uma série de conteúdos, cujo título inicial era "Viajou para fora e trouxe uns presentinhos? Saiba o que deve ser declarado à Receita Federal".

Um dos slides dizia: "Entrada no país de presente destinado ao Estado Brasileiro?". Abaixo havia a descrição que é necessária a comprovação de efetivo interesse público. "Não declarou? É possível regularização da situação mediante comprovação da propriedade pública. A não regularização pode acarretar a 'perda' do bem", completou o texto.

Dias depois, em uma campanha para o início do período para declarações do Imposto de Renda, o leãozinho da Receita pergunta "E aí, tudo joia?". A postagem foi apontada por internautas como uma provocação a Jair Bolsonaro (PL), uma vez que vários usuários estavam realizando a mesma pergunta na conta do ex-presidente para ironizá-lo.

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Na ocasião, a Secom respondeu à Folha de S.Paulo que produz as suas campanhas dentro da norma-padrão da publicidade institucional e de publicidade de utilidade pública.
 

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