Política

Governo Dilma aposta nos recursos da China para investimentos em infraestrutura

Com US$ 53 bilhões a serem investidos, o governo chinês pode garantir obras como a segunda linha de transmissão de Belo Monte e a ferrovia entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 18/05/2015 às 23:23

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Em um ano de dificuldades econômicas, o governo aposta nos cofres cheios de dinheiro da China para pagar pelos investimentos em infraestrutura que o Brasil não tem como fazer. A visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na terça-feira 19, em Brasília, está sendo tratada como uma rara oportunidade de apresentar uma agenda positiva. Com US$ 53 bilhões a serem investidos em um fundo de financiamento à infraestrutura, o governo chinês pode garantir obras como a segunda linha de transmissão de Belo Monte e a ferrovia entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO).

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Dos recursos já anunciados para o fundo de infraestrutura, que deverá ser gerenciado pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco de Desenvolvimento da China, cerca de US$ 10 bilhões poderão ser investidos nas linhas de transmissão de Belo Monte. A empresa chinesa State Grid já venceu a licitação, com a Eletrobrás, da primeira linha, até São Paulo, que terá um custo de US$ 5,5 bilhões. Este deve ser um dos mais de 30 acordos que serão assinados durante a visita de Keqiang.

Uma segunda linha, até o Rio de Janeiro, com um custo de US$ 7,7 bilhões, deverá ser licitada em junho e também interessa à State Grid. O investimento entraria na lista de financiamentos pelo novo fundo.

O governo também vê no fundo a possibilidade de resolver parte do financiamento à construção de ferrovias. Em 2014, durante a visita do presidente da China, Xi Jinping, foi assinado um termo de acordo para estudo de viabilidade de investimentos entre a construtora Camargo Corrêa e a China Railway Construction Corporation visando a construção da linha entre as cidades de Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO), onde se ligaria à ferrovia Norte-Sul. Um dos trechos mais importantes para os produtores de grãos do Centro Oeste, de quase 900 quilômetros, teria um custo de US$ 5,4 bilhões e ainda não foi licitado. Agora, pode entrar na lista de financiamentos chineses.

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O governo da presidente Dilma aposta nos recursos da China para investimentos em infraestrutura (Foto: Ricardo Stuckert Filho/PR)

Salvação

Na véspera da visita do primeiro-ministro, a presidente Dilma Rousseff convocou os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Mauro Vieira (Itamaraty) e Nelson Barbosa (Planejamento) para uma reunião preparatória. Também participam da audiência os ministros Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), Kátia Abreu (Agricultura) e Ricardo Berzoini (Comunicações), além do embaixador do Brasil na China, Valdemar Carneiro Leão para revisar os últimos detalhes dos acordos. Dentro do Planalto, o premiê chinês tem sido visto como “o salvador da Pátria” em um ano de ajuste econômico severo.

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O governo conta com o apetite chinês no programa de concessões a ser anunciado em junho, principalmente na área de ferrovias, mas também portos, aeroportos e energia. O governo espera ter outras duas boas notícias para anunciar: a assinatura de um novo protocolo sanitário que permitirá ao Brasil voltar à exportar carne bovina em natura para a China Continental e a assinatura da venda de 22 aviões da Embraer para a Tianjin Airlines.

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