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Na tarde desta quarta-feira (16) o ex-petista Helio Bicudo, 93 anos, se reuniu com o jurista Miguel Reale Jr. e a professora de Direito da USP Janaina Paschoal em um Cartório de Notas nos Jardins, em São Paulo, para reconhecer firma do documento que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Com as assinaturas, o pedido de impeachment do ex-petista passa a ter como denunciante também Reale Jr., além de Janaina, que já subscrevia a primeira versão. Também figuram na nova versão do documento como testemunhas 43 movimentos sociais representados por Carla Zambelli, do NasRuas, Adelaide de Oliveira, do Vem Pra Rua, e Kim Kataguiri, do MBL (Movimento Brasil Livre).
Questionado sobre a fala da presidente Dilma na manhã desta quarta a uma rádio de Presidente Prudente (SP) em que disse que usar a crise "como mecanismo para chegar ao poder é uma versão moderna do golpe", Bicudo respondeu: "Esse negócio de falar que é golpismo, é golpismo de quem fala. Estamos agindo de acordo com o que a constituição diz".
O jurista Miguel Reale Jr. também rechaçou que haja qualquer tentativa de golpe, e comparou o governo petista à "ditadura da propina". "Lutamos contra a ditadura do fuzil e agora lutamos contra a [ditadura] da propina".
Reale Jr., que foi ministro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ajudou a redigir petição do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, chegou a emitir uma manifestação em maio deste ano afirmando que não havia clima político para o impeachment de Dilma, mas disse que o cenário mudou.
"Não teria passado em março, abril. Hoje há ambiente para isso (passar o impeachment em votação no Congresso Nacional).
O documento de Bicudo deve ser protocolado na quinta-feira (17), na Câmara. Os movimentados anti-Dilma estão se organizando para fazer um grande ato em Brasília na data em que for marcada a votação do requerimento referente ao impeachment.
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