Política

Genoino não queria marca de deputado cassado

A renúncia do ex-presidente do PT foi anunciada pelo vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), durante a reunião da Mesa antes mesmo do final da contagem dos votos

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 03/12/2013 às 18:26

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O pedido de renúncia do mandato do ex-presidente do PT José Genoino foi combinado entre os integrantes da cúpula do partido na véspera da reunião realizada nesta terça-feira, 03, pelos integrantes da Mesa Diretora que discutiu a abertura de um processo de cassação do deputado.

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A renúncia de Genoino foi anunciada pelo vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), durante a reunião da Mesa antes mesmo do final da contagem dos votos. No momento do anúncio, o placar já apontava para uma maioria a favor (4 a 2) da abertura do processo contra Genoino. A Mesa é composta por sete integrantes.

"Foi combinado desde ontem à noite. Hoje eu recebi a notícia, conversei com o deputado Genoino e ele me informou que não queria passar pelo constrangimento de uma Comissão de Ética. O único pleito que o deputado Genoino queria era não ter inscrito no seu currículo deputado cassado", disse Vargas após a reunião. "Tratava-se de uma situação absolutamente de concluir os seus 25 anos aqui como um homem honrado, que não quebrou o decoro parlamentar", concluiu. O petista também não poupou críticas ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o considerou como um "militante" pela abertura do processo contra Genoino.

O pedido de renúncia de José Genoino foi combinado entre os integrantes da cúpula do PT (Foto: Divulgação)

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"Não faço julgamento de nenhum (dos demais integrantes da Mesa), só do presidente que poderia de ofício ter aguardado. Lamento muito que o presidente tenha essa postura. Na verdade, ele militou por essa causa", disparou Vargas, que no início da reunião pediu o adiamento do processo até que terminasse o prazo de licença médica de Genoino.

Condenado no processo do mensalão a seis anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, o petista apresentou licença médica em julho após ser submetido a cirurgia cardíaca. Desde então estava afastado das atividades na Câmara. "Henrique Eduardo Alves poderia de ofício ter acolhido esse pedido de efeito suspensivo já que o parlamentar está afastado. Não tem os seus direitos políticos mais, está temporariamente invalido e não pode se defender. Ao instaurar o processo, a Mesa estaria instaurando o processo de alguém que não pode se defender mais", afirmou Vargas.

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