Política
Durante a análise da evolução patrimonial do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na investigação sobre as "rachadinhas", o MP fluminense que o filho do presidente Jair Bolsonaro omitiu da Receita investimentos no mercado de ações que totalizam R$ 9
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). / Arquivo/Agência Brasil/EBC
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Por Pepita Ortega, RAYSSA Motta, Paulo Roberto Netto e Fausto Macedo
Durante a análise da evolução patrimonial do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na investigação sobre as "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio, o Ministério Público fluminense descobriu que o filho do presidente Jair Bolsonaro omitiu da Receita, no período entre 2007 e 2009, investimentos no mercado de ações que totalizam R$ 90 mil. Segundo os investigadores, as operações foram reveladas pelo próprio senador, ao entrar com ação judicial reparatória, depois de perder todo o capital investido.
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"De acordo com a sentença proferida pela 36.ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo, o parlamentar declarou ter investido R$ 90.000,00 na bolsa de valores ao longo de 2007 e 2008 e ter perdido todo o investimento, gerando uma dívida de R$ 15.500,00 com a corretora que, segundo alegado pelo próprio autor, teria sido quitada em dinheiro vivo, o que resultou em gastos de pelo menos R$ 105.500,00 no período."
A indicação consta na denúncia que imputa ao senador e outros 16 denunciados - entre eles o ex-assessor Fabrício Queiroz e a mulher de Flávio, Fernanda Bolsonaro - crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A peça de 290 páginas com os detalhes da investigação sobre a quadrilha que o filho do presidente é acusado de liderar está no Tribunal de Justiça do Rio.
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Os R$ 90 mil omitidos por Flávio chamaram a atenção dos investigadores durante a análise dos registros de transações imobiliárias, fiscais e bancárias do senador entre 2007 e 2009. Flávio era solteiro e tinha como única fonte de renda o salário de deputado. Segundo o MP, ele ainda "fazia pouquíssimo uso de serviços bancários como cartões de crédito e débito, revelando predileção pelo uso de dinheiro em espécie".
Após a denúncia, os advogados Rodrigo Roca, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que defendem o senador Flávio Bolsonaro, divulgaram nota classificando as acusações como "crônica macabra e mal engendrada" e afirmando que "todos os defeitos de forma e de fundo" da denúncia serão pontuados na formalização da defesa.
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