Política

‘Estamos vivendo momentos difíceis’, diz Aguinaldo Araújo

O presidente da Câmara diz que nunca viu Cubatão em uma situação tão ruim. Faz-se necessário enxugar a máquina na medida do possível

Publicado em 16/06/2015 às 10:53

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O presidente da Câmara de Cubatão, vereador Aguinaldo Araújo (PDT), se mostrou preocupado com o rumo que a Cidade está tomando nos últimos anos. Em entrevista ao Diário do Litoral, Araújo, que também é radialista e pastor, acredita que o Município vive uma das piores fases e, por isso, as campanhas eleitorais estão tão adiantadas. Sem mostrar alianças ou intenções, o vereador defende as prioridades do Legislativo e exalta a importância do servidor público e da TV Câmara para o desenvolvimento da Cidade.

Diário do Litoral - As últimas sessões da Câmara foram conturbadas. Como presidente, qual a análise o vereador faz da situação?

Aguinaldo Araújo – Este é o momento que a Cidade está vivendo. É um reflexo de tudo o que está acontecendo na Cidade cai sobre a Câmara. Infelizmente. Claro que nós gostaríamos que estivesse tudo andando de uma forma mais adequada.

DL – A cidade já vive um período eleitoral?

Araújo – Eu acho que não seria bem questão de estar em período eleitoral, mas acho que estão adiantando alguns processos. Há um certo adiantamento segundo algumas questões. Está bem adiantado na questão de partidos, na discussão de quem vai suceder a prefeita, quem vai apoiar quem. Eu vejo um quadro indefinido, bem dividido.

 Aguinaldo Araújo, nascido em Cubatão, vereador está preocupado com o rumo que a Cidade está tomando (Foto: Matheus Tagé/DL)

DL – Como presidente, vereador e munícipe, o que o senhor acha da situação da Cidade, analisando também o que recebe dos moradores?

Araújo – Estamos vivendo momentos difíceis. Nunca na história desta cidade vivemos momentos tão difíceis. Eu nasci em Cubatão e nunca vi uma situação dessa. Eu lutei tanto para entrar na política, sempre tive vontade. Graças a Deus consegui estar vereador, mas peguei um período bem difícil.

DL – Nós sabemos que a Câmara está tentando reduzir os gastos. Por que isto se fez necessário?

Araújo – Devido a tudo o que a gente está vivendo na Cidade, muitas coisas contribuem para isso. Faz-se necessário enxugar a máquina na medida do possível. Mas, nunca deixando de respeitar os direitos dos funcionários. Enxugar a máquina de outra forma, não fazendo com o que o funcionário pague por isso.

DL – Quais ações foram ou serão tomadas?

Araújo – Por exemplo, a taquigrafia foi uma delas (a Câmara extinguiu o serviço de taquigrafia da Casa), a economia é grande. Com todo o respeito por quem estava aqui, mas eu tive que tomar uma posição quando o projeto estava para ser pautado e eu tomei a iniciativa de colocá-lo em pauta. Tem vários fatores. A taquigrafia foi a mais expressiva, mas também cortamos gastos com combustíveis, reduzindo o uso dos veículos. Por exemplo, o vereador só vai a São Paulo se for de extrema necessidade e tudo precisa ser justificado. Agora, o vereador tem que encaminhar um relatório justificando o porquê da viagem.

DL – A TV Câmara entrará em sinal aberto. Por que só agora este projeto será pautado?

Araújo – Cada um tem a sua forma de pensar e sua forma de trabalho. Eu, como presidente da Câmara e conhecedor da questão de Cubatão, sei que é um absurdo se falar que a Cidade não tem uma rádio oficial, uma rádio educativa ou uma TV educativa. Então, como surgiu esta oportunidade de concessão para Cubatão de uma TV Legislativa é o primeiro passo para avançar neste sentido.

DL – A ideia é só para transmitir a sessão?

Araújo – Não. Já tem programas sendo produzidos, mas são exibidos pela TV a cabo. Temos, por exemplo, o programa ‘Café com o Presidente’. Há uma programação. E no online, somente a sessão. Esta é uma oportunidade que a Cidade tem, não só a Câmara. Como radialista, eu sei que várias concessões hoje são de Cubatão, mas não estão na Cidade. Isto é um absurdo. Nós sabemos da necessidade que se faz, principalmente para um polo industrial, ter uma rádio ou um canal de TV. Por exemplo, tivemos problemas com vazamento de gás e tivemos que pedir benção lá em Santos para poder anunciar, quando a concessão que está lá em Santos é de Cubatão. Por isso, eu acho que a TV Câmara vai fazer diferença na Cidade e é um avanço. Por isso, também, estamos lutando para que o sinal esteja aberto, o mais rápido possível.

DL – E o projeto do Plano Diretor, que está guardado há um tempo, o presidente pretende tirar da gaveta?

Araújo – Pretendemos mexer e fazer com que ele possa ser benéfico para a Cidade. A minha visão aqui, estando presidente hoje, é que tudo o que for bom para a Cidade, nós vamos lutar e defender. Tanto que eu sempre digo que esta administração está de portas abertas. Temos recebido muita gente. Eu sou o presidente da Câmara de todos os vereadores, não há diferenças. Lutamos juntos pelo melhor. Além disso, outros poderes de outras cidades estão nos visitando e assim conseguimos interagir com a Região.

DL – E o plano de carreira para o servidor da Câmara? Vocês também estão pensando em revisar e colocar em pauta?

Araújo – O que for bom para o andamento do servidor — seja o do Executivo ou do Legislativo — a gente vai procurar dar atenção especial e fazer um esforço para fazer as coisas andarem. Não deixar na gaveta e tentar colocar em prática. Às vezes, se discute muito, mas não se coloca em prática. O servidor é quem faz a máquina andar, principalmente o servidor de carreira. Trabalhamos com comissionados também. Mas os servidores de carreira precisam ser valorizados, precisam de incentivo para melhorar a autoestima do trabalhador, seja da Prefeitura ou da Câmara. Eu trago isso da indústria, porque trabalhei lá. Na indústria, a prioridade é a valorização do trabalhador. O nome já diz: servidor público. Como ele vai servir se não está satisfeito?

DL – Nas próximas eleições, as cadeiras vão aumentar. Serão 15 vereadores. A Câmara precisará ser reestruturada durante a sua gestão. Como vocês irão se preparar para isso?

Araújo – A ideia é fazer uma reestruturação. Nós temos salas que poderão ser mexidas. Teremos que mudar o prédio todo. Inclusive, na questão das salas já existentes. Aqui no prédio nós já tivemos 19 vereadores, então nós temos espaço. A ideia também é dar uma qualidade melhor para o vereador. Ou seja, a sala terá um banheiro privativo. Até mesmo a sala ser mais privativa. Hoje, infelizmente, os gabinetes são muito abertos.
 

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