Política

Estados Unidos e Europa discutem uso da Otan

A Polônia e demais membros da Otan no Báltico receberam bem, nesta semana, as promessas do presidente norte-americano, Barack Obama

Publicado em 07/06/2014 às 16:18

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A Europa e os Estados Unidos vêm trabalhando juntos para contornar a crise da Ucrânia com Moscou e o desenrolar da questão após a cerimônia de inauguração do novo presidente ucraniano neste sábado. Mas quando se trata de decidir por uma estratégia de longo prazo da Otan em relação à Rússia, surgem desentendimentos.

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A Polônia e demais membros da Otan no Báltico receberam bem, nesta semana, as promessas do presidente norte-americano, Barack Obama, de reforçar a segurança dos membros da aliança militar na região, com tropas adicionais, equipamentos e um fundo de US$ 1 bilhão. Mas os checos e eslovacos resistem à oferta.

"Eu não posso imaginar que tenhamos soldados estrangeiros, em nosso território, ou alguma instalação antimíssil mantida por soldados estrangeiros", disse o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, estranhamente comparando a presença teórica de tropas da OTAN com a Pacto de Varsóvia e as tropas soviéticas que invadiram a Checoslováquia brutalmente em 1968.

Respondendo aos comentários de Fico, funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Bratislava disseram neste sábado que "traçar comparações entre as medidas anunciadas por Obama para reforçar a segurança dos aliados da Otan e a invasão da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia, em 1968, foi infeliz e historicamente impreciso." No entanto, oficiais observaram, por outro lado, que "as ações da Eslováquia demonstraram claramente um forte compromisso com a aliança da Otan."

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A Europa e os Estados Unidos vêm trabalhando juntos para contornar a crise da Ucrânia com Moscou e o desenrolar da questão após a cerimônia de inauguração do novo presidente ucraniano neste sábado (Foto: Associated Press)

O primeiro-ministro checo Bohuslav Sobotka disse que Praga "não está chamando e nem vai chamar" as tropas estrangeiras ao território checo e emitiu uma nova declaração sábado dizendo que "a solução correta para a crise ucraniana não é um retorno à Guerra Fria, com a criação de uma nova Cortina de Ferro entre a União Europeia e a Rússia". Sobotka disse ainda que o fortalecimento da presença militar da Otan no flanco oriental da União Europeia não é uma boa solução a longo prazo.

Não há dúvida de que, em Praga e Bratislava, como no resto da região, funcionários do governo estão preocupados com o uso de tropas no leste da Europa e como isso poderia afetar as relações com Moscou. Ainda assim, oficiais norte-americanos continuam a buscar uma postura mais cooperativa dos países da Europa central em relação à Otan.

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Os membros da Otan são obrigados, pelo artigo 5º do tratado da aliança, a proporcionar uma defesa coletiva de todos os Estados membros, ressaltou um comunicado dos Estados Unidos. "Todas e quaisquer medidas serão tomadas em comum acordo com os aliados e em linha com a Otan e outras obrigações internacionais", complementou o documento.

Até o momento, nem os Estados Unidos nem a Otan pediram aos checos ou aos eslovacos para acolher quaisquer tropas ou material bélico.

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