Política

Em nota, Patriota diz que retenção de brasileiro foi "injustificável"

O ministro das Relações Exterioresa reitera que a detenção de Miranda foi “injustificável pela ausência de elementos” que o relacionem ao terrorismo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 21/08/2013 às 20:08

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Na nota verbal (comunicação por escrito) do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ao chanceler britânico, William Hague, ele cobrou a devolução dos bens do brasileiro David Miranda, que ficou detido, há três dias, no Aeroporto Heathrow, em Londres (Reino Unido), por quase nove horas, além de mais explicações e reitera a indignação do governo e povo brasileiro com o ocorrido. A Agência Brasil teve acesso a um esboço do texto enviado por Patriota ao Reino Unido ontem (20).

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Em quatro parágrafos, Patriota reitera que a detenção de Miranda foi “injustificável pela ausência de elementos” que o relacionem ao terrorismo. O brasileiro foi detido no último dia 18 sob a Cláusula Sete da Lei Antiterrorismo, que permite à polícia britânica reter qualquer pessoa na fronteira do Reino Unido, sem exigência de apresentar uma causa provável, e mantê-la por até nove horas, sem justificativa adicional.

O detido, pelas autoridades britânicas, deve responder a todas as perguntas, mesmo sem advogado presente. É considerado crime se o detido se recusar a responder as perguntas - independentemente dos motivos da recusa - ou não cooperar plenamente com a polícia.

No segundo parágrafo, Patriota lamentou que a detenção de Miranda tenha ocorrido “sem aviso prévio” e também a proibição de ele conversar com as autoridades consulares brasileiras. No terceiro parágrafo, o chanceler reitera o pedido de explicações sobre a detenção do brasileiro. “Queremos ser informados sobre as razões da detenção”, diz o texto.

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Antonio Patriota cobrou a devolução dos bens do brasileiro David Miranda, que ficou detido no Aeroporto Heathrow (Foto: Agência Brasil)

Patriota, no último parágrafo, cobra a devolução dos bens de Miranda. O brasileiro contou que no momento em que foi detido teve apreendidos um computador portátil, um pendrive, jogos eletrônicos e um telefone celular.

Anteontem (19), Patriota conversou, por cerca de dez minutos, por telefone, com Hague, cobrando explicações sobre a detenção. O chanceler brasileiro mencionou que o episódio causou indignação tanto da opinião pública como do governo. O chanceler brasileiro ressaltou para que situações semelhantes não se repitam.

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Miranda é companheiro do jornalista do diário inglês The Guardian, Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano. O brasileiro estava de passagem por Londres, vindo de uma viagem a Berlim (Alemanha), para onde foi em busca de mais informações e dados sobre a série publicada por Greenwald.

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