Política

Em Belém, Dilma enfrenta protesto contra a Copa

Os gritos começaram assim que a presidente chegou ao evento, que era patrocinado pelo próprio Palácio do Planalto. Os protestos foram rebatidos por outros presentes

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 25/04/2014 às 21:13

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A presidente Dilma Rousseff enfrentou ontem (25) um protesto contra a Copa do Mundo em uma cerimônia na qual entregou máquinas financiadas pelo PAC 2 a prefeitos paraenses em Belém (PA). Seu discurso foi interrompido por três vezes por gritos como "não vai ter Copa" e ainda "da Copa, da Copa, da Copa eu abro mão/eu quero é dinheiro para saúde e educação". Outra parte da plateia, no entanto, rebateu as críticas com frases de apoio à presidente.

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O evento era patrocinado pelo próprio Palácio do Planalto. Em cerimônias como essa, a plateia é toda composta por convidados do governo federal. Eram cerca de 20 manifestantes que gritavam contra a Copa, e incluíam servidores públicos da Universidade Federal do Pará, do Incra e do Judiciário.

Os gritos começaram assim que Dilma chegou ao evento. Tão logo foi anunciada sua presença, ela foi saudada por parte da plateia pelo grito de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma!". Quando o grito cessou, vieram os protestos contra a Copa, reforçados por faixas com os dizeres "técnicos grevistas", de um sindicato do Judiciário em greve, e "SOS. Incra".

A presidente Dilma Rousseff enfrentou ontem (25) um protesto contra a Copa do Mundo (Foto: Beto Barata/Estadão Conteúdo)

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Os protestos foram rebatidos por outros presentes, que repetiram a saudação inicial à presidente. Quando o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, começou a falar, o grito contra a Copa voltou - e a resposta também. A fala da presidente durou 20 minutos. Na segunda das três vezes em que foi interrompida, ela fez referências a uma faixa, na plateia, que denunciava condições precárias de um pronto-socorro de Belém Anunciou, então, que havia acertado com o governador Simão Jatene (PSDB) a liberação de verbas para um hospital atualmente fechado. Mas não disse uma palavra sobre a Copa do Mundo.

Na terceira interrupção, Dilma deu sinais de impaciência: "Gente, eu já estou terminando. É da democracia. Eles têm o direito de falar o que quiserem. Vocês também. Agora, eu queria pedir. A gente pode se manifestar desde que a gente não prejudique a maioria".

Manifestantes. O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará, Cedício de Vasconcelos, que ajudou a organizar o protesto, disse que alguns dos manifestantes eram filiados a partidos políticos e outras não. "Os maiores investidores da campanha da Dilma foram as empreiteiras, que doaram até mais do que os bancos. Por que há 30 bilhões para a Copa, mas não há dinheiro para o serviço público, para a saúde, a segurança, o transporte?", perguntou. Segundo ele, Dilma "está garantindo a lucratividade dos doadores de campanha dela". "É natural, faz parte. Ela está bem avaliada no Pará", disse Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho e candidato ao governo do Pará pelo PMDB, com apoio dos petistas Antes desse evento, a presidente foi no final da manhã a Barcarena, cidade a duas horas de distância de Belém, inaugurar um complexo portuário que permitirá a exportação de grãos da região Norte.

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