Política
De acordo com o parlamentar, o governo prefere agora separar o país entre elite e pobres, "inventando um discurso rasteiro que acirra preconceitos, ódios e intolerâncias"
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O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, aproveitou artigo publicado nesta terça-feira, 21, no jornal O Globo, sobre os 30 anos da morte de seu avó, Tancredo Neves, para disparar duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Na publicação, o tucano avaliou que muitas das conquistas econômicas e sociais que o País alcançou nos últimos anos estão atualmente "na berlinda", ameaçadas pela "inépcia, corrupção e miopia política de um governo que, imerso em erros colossais, agoniza em praça pública".
O presidente nacional do PSDB criticou o ajuste fiscal empreendido pela equipe econômica. Segundo ele, não há incompatibilidade entre as medidas de ajuste necessárias e a manutenção do compromisso social. O senador ponderou, contudo, que fazer o ajuste exige uma governança responsável e corajosa. "Exige transparência, palavra a ser resgatada na arena pública", acrescentou.
Em diversos momentos do artigo, Aécio faz comparações da atuação de Tancredo com a da presidente Dilma e cita a capacidade de Tancredo de conciliar "pontes de diálogo" nos bastidores e a leitura atenta das ruas e do sentimento popular está ausente hoje nas "tramas palacianas, cegas ao clamor popular". "Na crença de que o povo deve ser eternamente grato às benesses que teriam sido promovidas pelo PT nos últimos 12 anos, o partido governista se descolou da realidade. Perdeu a conexão com essa mesma rua que as suas primeiras lideranças percorreram nos embates pela construção da democracia", criticou.
De acordo com o parlamentar, o governo prefere agora separar o país entre elite e pobres, "inventando um discurso rasteiro que acirra preconceitos, ódios e intolerâncias". Aécio Neves avaliou que o Brasil vive atualmente um período delicado, de "apreensão e desencanto", no qual as lideranças governistas tentam construir uma realidade fantasiosa, "ainda assim incapaz de encobrir a profundidade e alcance da crise a que fomos submetidos". "Mais do que nunca, o País anseia por credibilidade", escreveu o tucano.
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