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Eduardo Campos morreu três dias após ter completado 49 anos. Nascido no Recife (PE), o ex-governador e candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) era filho do poeta e cronista Maximiano Campos com a ex-deputada federal e atual ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes. Era neto e principal herdeiro político do ex-governador Miguel Arraes, que morreu também no dia 13 de agosto, em 2005.
Formou-se em Economia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Era casado com a também economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco Renata Campos, com quem teve cinco filhos e começou na política ainda na universidade quando foi eleito presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia.
Em 1986, Campos trocou a oportunidade de fazer um mestrado nos Estados Unidos pela participação na campanha que elegeu o avô Miguel Arraes como governador de Pernambuco, tornando-se seu chefe de gabinete. Neste período foi o responsável pela criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco.
Eduardo Campos se filiou ao PSB em 1990. No mesmo ano foi eleito deputado estadual e conquistou o Prêmio Leão do Norte concedido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco aos parlamentares mais atuantes. Em 1994, foi eleito deputado federal com 133 mil votos. Pediu licença do cargo para integrar o governo de Miguel Arraes como secretário de Governo e da Fazenda, entre 1995 e 1998. Neste último ano voltou a disputar um novo mandato de deputado federal e atingiu o número recorde de 173.657 mil votos, a maior votação no estado.
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Em 2002, pela terceira vez no Congresso Nacional, Eduardo Campos ganhou destaque e reconhecimento como articulador do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas reformas da Previdência e Tributária. Por três anos consecutivos, ele esteve na lista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso.
Como deputado federal, Eduardo foi ainda presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro, criada por sua iniciativa em 13 de junho de 2000. Eduardo foi também autor de vários projetos de lei. Entre eles, o que prevê um diferencial no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para as cidades brasileiras que possuem acervo tombado pelo IPHAN; o do uso dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS) para pagamento de curso superior do trabalhador e seus dependentes.
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Em 2004, a convite do presidente Lula, Eduardo Campos assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), tornando-se o mais jovem dos ministros nomeados. Em sua gestão, o MCT reelaborou o planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e o programa nuclear, atualizando a atuação do órgão de modo a assegurar os interesses do País no contexto global, entre outras iniciativas importantes nas áreas de saúde e social.
Eduardo Campos assumiu a presidência nacional do PSB no ano de 2005. No início de 2006, se licenciou da presidência nacional do PSB para concorrer ao governo de Pernambuco, pela Frente Popular. Em 2011, foi reeleito presidente do partido, com mandato até 2014. Foi reconduzido ao cargo, por aclamação, e sem concorrentes.
Em 2006 se lançou candidato ao governo de Pernambuco e venceu. Com o governo bem avaliado e a popularidade em alta, Eduardo Campos concorreu à reeleição em 2010. Assim como em 2007, contou com o apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campos foi reeleito, desta vez como o governador mais bem votado do Brasil: mais de 80% dos votos válidos no primeiro turno, derrotando o senador Jarbas Vasconcelos.
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Eduardo Campos ocupou o Governo de Pernambuco durante sete anos (2007-2014). Na primeira gestão se destacam projetos e obras estruturadoras como a ferrovia Transnordestina, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, a fábrica de hemoderivados Hemobrás e a recuperação da BR-101. O socialista colocou as contas públicas na internet com o Portal da Transparência do Estado - considerado pela ONG Transparência Brasil o segundo melhor do país, entre os vinte e sete estados da federação.
Em 2013 Eduardo anuncia o rompimento com o governo Dilma, saindo da base aliada, junto com seus correligionários, orientando-os a entregarem os cargos de confiança nos vários escalões. Entre os motivos do rompimento, Campos apontava a manutenção da aliança do governo Dilma com setores políticos tradicionais, entre os quais, com o PMDB.
Aproxima-se de Marina Silva e a acolhe, com seus aliados, no PSB, chamando o novo movimento de "Nova Política". A dupla confirmou a candidatura da chapa que teve Campos como candidato a presidente e Marina na vice durante evento realizado em Brasília, em 14 de abril de 2014 – quatro meses antes de sua morte trágica em Santos.
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