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Há cinco anos, quando foi questionado sobre quais as principais características que apreciava em um candidato, Pedro Passos enumerou: "Vontade de aprender, de ser bem-sucedido e a ética". Fundador e atual copresidente do conselho de administração da Natura&Co, Passos também apontou o que menos apreciava em um candidato: "Querer vencer a qualquer custo."
As perguntas, formuladas por jovens da Fundação Estudar (organização sem fins lucrativos que apoia a educação), referiam-se às qualidades de um candidato a uma vaga de emprego. Mas, para Pedro Passos, 71, servem perfeitamente para um candidato postulante a um cargo público.
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O empresário votou em Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais deste ano, quando teve que decidir entre o petista e Jair Bolsonaro (PL). Mas Lula não foi a sua primeira opção. "Votei em Simone Tebet [MDB]", diz Passos que, como parte do empresariado brasileiro, buscava uma alternativa à polarização política.
A emedebista ficou em terceiro lugar na corrida presidencial e, no segundo turno, apoiou abertamente Lula. Votar no petista em 30 de outubro, no entanto, não foi algo inédito na vida de Passos. "Votei no Lula contra Collor", diz o empresário, referindo-se ao segundo turno da corrida presidencial de 1989, disputada entre Lula e Fernando Collor de Mello (então do PRN e hoje do PTB).
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Collor venceu as eleições por uma diferença de 4 milhões de votos, e colou em Lula, então na sua primeira disputa presidencial, a pecha de "comunista", enquanto se dizia defensor dos "descamisados" e dos "pés descalços". "O Collor nunca me inspirou confiança", diz Passos, que considera os quatro últimos anos do governo de Jair Bolsonaro "um retrocesso."
Agora, o empresário, engenheiro formado pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), que em 1969 fundou a Natura ao lado dos amigos Guilherme Leal e Luiz Seabra, espera que Lula não governe para o PT e os interesses do partido.
"É importante para o Lula agregar pessoas que defendem uma linha de pensamento econômico diferente da do PT, que possam atenuar aquela imagem intervencionista que o mercado tem do partido."
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