Política

Dólar alto deve frear gastos de brasileiros no exterior, estima ministério

Isso fará com que a diferença entre o que os turistas nacionais desembolsam lá fora e o que os estrangeiros deixam aqui seja inferior aos US$ 15,6 bilhões registrados em 2012

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 28/08/2013 às 20:34

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O dólar mais caro será decisivo para frear o impulso dos gastos dos brasileiros no exterior, estima o Ministério do Turismo. Isso fará com que a diferença entre o que os turistas nacionais desembolsam lá fora e o que os estrangeiros deixam aqui seja inferior aos US$ 15,6 bilhões registrados em 2012. "Estamos prevendo uma mudança favorável neste ano, com recuo do déficit da conta de viagens", disse o secretário nacional de Políticas de Turismo, Vinícius Silva, nesta quarta-feira (28).

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A estimativa do ministério destoa da visão do Banco Central, que, embora veja uma moderação no crescimento desses gastos, ainda projeta para 2013 déficit maior que o do ano passado - de US$ 16,7 bilhões. No acumulado de janeiro a julho, os gastos dos brasileiros no exterior superaram a receita dos turistas estrangeiros em US$ 10,5 bilhões, 21% mais do que no mesmo período do ano passado. Esse é um dos itens que mais contribuem para aumentar o "rombo" na troca de bens, rendas e serviços com exterior, a chamada conta corrente do País. O déficit de todas essas transações deve ficar em US$ 75 bilhões neste ano, estima o BC.

"Se o dólar permanecer nessa faixa, o cenário muda sensivelmente", disse Silva, para quem a valorização da moeda norte-americana vai incentivar os brasileiros a trocar viagens ao exterior por pacotes nacionais.

Segundo o Ministério do Turismo, o dólar mais caro será decisivo para frear o impulso dos gastos dos brasileiros no exterior (Foto: Divulgação)

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Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, é preciso esperar para verificar qual impacto da valorização do dólar para a outra via, a vinda de turistas estrangeiros ao País. Segundo ele, as nações desenvolvidas ainda continuam enfrentando o efeito da crise financeira internacional, com exceção dos Estados Unidos, cuja economia mostra sinais de recuperação. "É possível que isso não ocorra. Eles estão contidos na Europa com relação a custos. Em compensação, temos os americanos se recuperando", afirmou.

No ano passado, o real ainda em alta teve forte influência no aumento dos custos dos estrangeiros no País. O preço dos produtos e dos serviços brasileiros foi o principal item de insatisfação, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgada mais cedo pela Pasta.

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Vieira disse que o ministério está trabalhando para fazer com que o custo da hospedagem recue. Pesquisa da Embratur mostrou que as diárias cobradas nas reservas de hotéis para a Copa do Mundo de 2014 tiveram aumento de até 583% em relação às verificadas no mês anterior. Para mudar essa realidade, o ministro disse que está desburocratizando o Cadastur, sistema de cadastro de prestadores de serviço do setor. Uma das medidas foi retirar, no início deste mês, a exigência de alvarás municipais para a inclusão de hotéis e outros meios de hospedagem.

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