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Os problemas de saúde no Brasil não podem ser atribuídos só à falta de médicos, mas este é um dos problemas mais sérios, disse hoje (10), em Porto Alegre, a presidenta Dilma Rousseff durante a entrega de retroescavadeiras a prefeitos de cidades gaúchas.
Ao defender o Programa Mais Médicos, Dilma fez um balanço da situação da saúde no país. Lembrou que o Brasil tem uma cobertura de 1,8 médico por mil habitantes, bem menor que a da Argentina, de 3,2, e a do Uruguai, de 3,7 médicos por mil habitantes. “Nós temos um problema de acesso ao médico, daí porque o governo federal decidiu fazer o Programa Mais Médicos, em consonância com o pleito dos prefeitos", justificou a presidenta.
Ela reconheceu a falta de médicos em várias especialidades como, por exemplo, a pediatria, e a má distribuição de leitos no Sistema Único de Saúde. Segundo Dilma, 700 municípios não têm nenhum médico e 1,9 mil tem menos de um profissional por 3 mil habitantes. “Há uma concentração de médicos nas zonas urbanas das capitais. Não há médicos nas periferias das grandes cidades brasileiras, não há médicos na mesma proporção no interior, no Norte, no Nordeste e em algumas regiões do país, não há médicos", disse.
Além de aumentar o número de médicos, a presidenta garantiu que o governo vai investir na formação acadêmica e também na expansão e reforma de equipamentos de saúde. "Nós precisamos de ações emergenciais e ações estruturantes. A ação estruturante vai ser nossa disposição de aumentar a formação de médicos brasileiros no país, aumentaremos 11 mil vagas na graduação e 12 mil vagas na residência", acrescentou.
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O governo tem hoje R$ 7,4 bilhões em execução na saúde e por isso, na avaliação de Dilma, "não tem cabimento" municípios arcarem com custos dos médicos. Sobre a polêmica contratação de médicos estrangeiros, a presidenta lembrou que na Inglaterra, 37% dos profissionais são formados em outros países. Ela ressaltou que a prioridade será para profissionais brasileiros. “Não queremos comprometer empregos de médicos formados no Brasil, mas não aparecendo médicos para cumprir esse papel, iremos preencher as vagas com profissionais trazidos do exterior".
Ainda sobre os estrangeiros, Dilma lembrou que além de atuar sob a supervisão de universidades públicas brasileiras e secretarias municipais e estaduais de Saúde, eles vão receber autorização para exercer a medicina exclusivamente na atenção básica. "Portanto, esses médicos não fazem cirurgia, não atendem especialidades".
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Para atrair profissionais, a presidenta explicou que o governo federal vai oferecer R$ 10 mil de salário aos médicos que se cadastrarem para trabalhar nos municípios que têm vagas. Nas localidades de difícil acesso, o valor chega a R$ 20 mil e na região amazônica, a R$ 30 mil.
As inscrições para o Programa Mais Médicos, segundo Dilma, serão reabertas em caráter permanente e vão privilegiar o trabalho em periferias de grandes cidades, locais de difícil acesso, interior do país e regiões Norte e Nordeste.
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