Política

Dilma sofre nova derrota na Câmara dos Deputados

Depois de muita discussão, comissões da Câmara aprovaram pedidos de esclarecimento de cinco ministros e da presidente da Petrobras, Graça Foster

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 12/03/2014 às 23:25

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No segundo dia de rebelião na base aliada, a presidente Dilma Rousseff sofreu ontem (12) nova derrota na Câmara dos Deputados. Depois de muita discussão, comissões da Câmara aprovaram pedidos de esclarecimento de cinco ministros e da presidente da Petrobras, Graça Foster. Dilma, porém, avisou que não mudará a estratégia adotada até agora e aposta na implosão do "blocão".

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Liderado pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o "blocão" formado por oito partidos da base aliada e um da oposição comandou a convocação de ministros na comissão de Fiscalização Financeira e Controle. O movimento foi mais uma retaliação a Dilma, que não vai ceder à reivindicação do partido por mais espaço na Esplanada. No Palácio do Planalto, a presidente disse ter certeza que o "blocão" não vingará. Apesar das derrotas sofridas na Câmara, o governo conseguiu convencer o PP e o PDT a se retirar do grupo de rebeldes. A estratégia do Planalto é ameaçar tirar ministérios dos partidos da base que se comportam como oposição.

Dilma se reuniu ontem (12) à tarde com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para avaliar as derrotas impostas ao governo por sua base de apoio. A presidente também conversou com o vice-presidente Michel Temer. Disse que pretende concluir a reforma ministerial na sexta-feira e vai deixar o PMDB por último.

Se o PMDB não indicar nenhum nome para o ministério, ela escolherá técnicos para os cargos. O mais cotado para ocupar o Ministério da Agricultura é o secretário de Política Agrícola, Neri Geller. Com a tarefa de enterrar o "blocão", Mercadante foi escalado para iniciar nova rodada de conversas com os partidos da base. Ao longo de todo o dia, a base de sustentação de Dilma na Câmara escancarou a insatisfação com o governo e mostrou estar disposta a dar o troco pelo "represamento" de emendas e cargos.

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No segundo dia de rebelião na base aliada, a presidente Dilma Rousseff sofreu nova derrota na Câmara (Foto: Douglas Magno/O Tempo)

Coube à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovar um pacote de retaliações ao governo e convocar os ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades); Manoel Dias (Trabalho); Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Jorge Hage (Controladoria Geral da União). A mesma comissão aprovou convites para que a presidente da Petrobras, Graça Foster, preste esclarecimentos sobre os contratos firmados com a empresa SBM Offshore. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, também foi convidado para falar sobre a contratação de cubanos no programa Mais Médicos.

No dia anterior a Câmara havia criado uma comissão para acompanhar as investigações, na Holanda, sobre a acusação de que uma empresa daquele país pagara propina a funcionários da Petrobras. Com a continuação de derrotas, o governo pediu ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que retirasse da pauta, ontem, o projeto do Marco Civil da Internet, outro alvo declarado de Cunha. "O governo ouviu o recado do 'blocão', em alto e bom som. Tivemos derrotas do ponto de vista numérico, mas montaram uma comissão externa para acompanhar uma investigação que não existe", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

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Convocado a prestar esclarecimentos sobre a destinação de recursos públicos para um congresso do MST, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro Gilberto Carvalho disse que irá com "toda a boa vontade" à Câmara. "É papel do Congresso fiscalizar os atos do Executivo", amenizou. "Na política você tem momentos de mais tensão e de menos tensão. Não é o fim do mundo."

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