Política
A ideia de sancionar o projeto proposto pelo senador José Serra (PSDB-SP) não agrada totalmente à equipe econômica. A presidente pretendia anunciar a sanção do projeto na útlima quinta
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O governo federal espera uma decisão dos governadores até a próxima terça-feira, 4, sobre o projeto de lei complementar que libera os recursos dos depósitos judiciais para os Estados. A presidente Dilma Rousseff pretendia anunciar a sanção do projeto na reunião da última quinta-feira, 30, mas os próprios governadores questionam o artigo do projeto que hierarquiza como os Estados podem gastar os recursos. A ideia é que os próprios governadores cheguem a um consenso para orientar a decisão da presidente, que tem até o dia 5 de agosto para se decidir sobre eventuais vetos.
A ideia de sancionar o projeto proposto pelo senador José Serra (PSDB-SP) não agrada totalmente à equipe econômica. São R$ 20 bilhões que são usados pelo Banco do Brasil para operações de crédito e, mais do que isso, podem ser segurados para garantir parte da meta do superávit primário. No entanto, a sanção seria um agrado aos governadores em troca do apoio para evitar as "pautas-bomba" que hoje tramitam no Congresso.
O projeto de Serra dá preferência para o pagamento dos precatórios, depois as dívidas da previdência e então investimentos. A maior preocupação dos governadores neste momento são mais simples, despesas regulares de custeio em um momento de queda brusca de arrecadação.
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Não há, no entanto, um consenso de como mexer nessa hierarquia. O artigo não pode ser vetado porque o projeto ficaria incompleto. Também não é possível regular o tema com uma Medida Provisória. O Planalto espera uma solução dos governadores até o início da próxima semana. "Está sendo formada uma comissão para, nos próximos três, quatro dias, chegar a uma conclusão sobre isso", disse ao Broadcast Político o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), na saída da reunião de governadores, na noite de quinta-feira.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, informou que o governo está aberto a permitir o uso de depósitos judiciais para pagamento de dívidas, medida recém-aprovada no Congresso. "A tendência é sancionar, manter o projeto de lei complementar na sua essência" afirmou Levy a jornalistas, ao deixar a mesma reunião. Segundo o ministro da Fazenda, falta definir "algumas questões técnicas". "Cada Estado é um Estado, é difícil fazer uma fôrma que sirva pra todo mundo. Todo mundo quer ter segurança", comentou.
Levy admitiu que para o governo era melhor vetar a proposta, já que haverá impacto negativo no superávit primário, mas reconheceu que os governadores se sentem "asfixiados" com as despesas obrigatórias e reclamam não ter recursos para investimentos.
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Alguns Estados, como Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro já fizeram leis estaduais liberando o uso dos fundos. No caso do governo gaúcho, os depósitos acumulados já foram todos usados nos últimos dois governos, de Yeda Crusius (PSDB) e Tarso Genro (PT), e o atual governador José Ivo Sartori (PMDB) tem apenas os recursos que entram anualmente. Já a Bahia teria usado 80% dos recursos depositados.
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