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O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, afirmou nesta sexta-feira, 28, que a presidente Dilma Rousseff se mostrou confiante na conquista de um acordo abrangente na Rodada Doha. A presidente sinalizou que espera um acordo nos moldes daquele que resultou da conferência realizada em Bali, na Indonésia, no final do ano passado, em que os países participantes assinaram protocolos para facilitar o fluxo comercial.
"Dilma disse que o êxito da conferência ministerial em Bali deveria inspirar as negociações multilaterais para alcançar acordos comerciais mais abrangentes e significativos, como, por exemplo, avançar na Rodada Doha de forma mais significativa", disse Azevêdo, que se reuniu com a presidente Dilma na noite desta quinta-feira, 27, e fez um relato da conversa para jornalistas.
Azevêdo afirmou que temas sensíveis não devem avançar sem um acordo global para superar embates, por exemplo, contra os subsídios agrícolas dos Estados Unidos e da União Europeia, processos de dumping, direito de propriedade intelectual de produtos e regulamentações de mercado internos. "Há vários temas que as negociações bilaterais jamais darão resultados, como a área de subsídios. Só darão resultado em negociações multilaterais", afirmou.
Segundo o diretor da OMC, o ambiente político está favorável para um entendimento que leve à elaboração de uma agenda com temas comuns, até o final deste ano, que possam culminar na retomada efetiva das conversas sobre Doha. "O mais importante é a vontade política de fazer avançar as negociações. Isso eu identifiquei em todos os países que passei."
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Azevêdo também já teve reunião fechada com o presidente dos EUA, Barack Obama, e parte no domingo, 30, para se encontrar com o presidente do Uruguai, José Mujica e, na segunda-feira, 31, visita a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Agronegócio
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Os resultados da conferência comercial de Bali, na Indonésia, onde o comércio mundial selou acordo no final do ano passado, frustrou as expectativas brasileiras em relação a avanços no setor agrícola. Azevêdo reconheceu que o Brasil esperava mais do encontro em Bali. "Acho que na área agrícola o Brasil queria ir mais adiante em Bali", disse.
Ele minimizou a frustração do agronegócio brasileiro com a falta de acordo para a redução de subsídios agrícolas nos Estados Unidos e na União Europeia. "Há vários temas que as negociações bilaterais jamais darão resultados, como a área de subsídios. Só darão resultado em negociações multilaterais", afirmou, sinalizando que a retomada das conversas da Rodada Doha pode trazer "resultados mais significativos".
Segundo o diretor da OMC, apesar de não ter alcançado objetivos consistentes em Bali com a redução de subsídios agrícolas, Dilma se mostrou confiante com a Rodada Doha em função do avanço em Bali para outras áreas que o Brasil pode lucrar. O entendimento em Bali pode abrir caminho para a injeção de US$ 1 trilhão na economia mundial ao desbloquear processos aduaneiros e, segundo economistas, criaria 21 milhões de postos de trabalho.
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