Política

Dilma escolhe berço político da família de Aécio para anunciar PAC

O projeto prevê a liberação de R$ 1,6 bilhão em três anos para a recuperação de bens tombados em 44 cidades de 20 Estados

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 20/08/2013 às 17:49

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Em meio ao embate antecipado da corrida presidencial de 2014, a presidente Dilma Rousseff escolheu São João del Rei, berço político da família do senador e provável candidato a presidente em 2014, Aécio Neves (PSDB-MG, para anunciar nesta terça-feira, 20, o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2) Cidades Históricas. O projeto prevê a liberação de R$ 1,6 bilhão em três anos para a recuperação de bens tombados em 44 cidades de 20 Estados, incluindo municípios comandados por opositores como Arthur Virgílio, atual prefeito de Manaus e um dos principais críticos do governo petista quando estava no Senado.

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O programa anunciado nesta terça por Dilma havia sido divulgado por seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não foi para a frente. O anúncio foi feito por Lula em 21 de outubro de 2009, em Ouro Preto, na região central de Minas, ao lado do então governador Aécio Neves e com a presença da própria Dilma Rousseff, que à época ocupava o cargo de ministra-chefe da Casa Civil. Na ocasião, o projeto previa a liberação de R$ 890 milhões para revitalizar 5,2 mil imóveis e 200 monumentos em 173 cidades.

"Em 2009, o Iphan fez um levantamento em todo o País das necessidades do patrimônio. Focalizou não apenas as necessidades dos monumentos, mas também problemas de saneamento, de contenção de encostas. Problemas de outras naturezas que afetavam a conservação do patrimônio", explicou a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema de Souza Machado. "O Iphan, nesse período, não conseguiu usar recurso do PAC para patrimônio. Usou para outras ações que apoiaram as cidades históricas. Os (recursos) específicos de patrimônio só teremos a partir de amanhã", acrescentou.

A cerimônia de terça foi a segunda em duas semanas que levou Dilma a comparecer a Minas Gerais, principal reduto eleitoral do senador tucano, para fazer anúncios oficiais. Ainda está prevista nova visita de Dilma ao Estado na próxima semana, quando aliados esperam contar com a presença da petista na inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Belo Horizonte. Nesta terça, assim como ocorreu em Varginha, no sul do Estado, no último dia 7, o afilhado político e sucessor de Aécio no governo mineiro, Antonio Anastasia (PSDB), não compareceu ao evento e foi representando por outras autoridades do Executivo estadual.

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A presidente Dilma Rousseff escolheu São João del Rei para anunciar o Programa de Aceleração do Crescimento 2 Cidades Históricas (Foto: Divulgação)

Dilma evitou dar caráter político ao evento realizado em frente à prefeitura de São João del Rei - comandada pelo petista Helvécio Reis, aliado do presidente do PT em Minas, o deputado federal Reginaldo Lopes - e a poucos metros do chamado Solar dos Neves. Ela confirmou que poderia fazer o anúncio do programa em outras cidades, mas alegou que a opção pelo berço da família do senador tucano se deveu a uma promessa feita no município durante a campanha eleitoral de 2010. "Teríamos outras hipóteses Por que São João del Rei? Porque na última vez que estive aqui anunciei que ia fazer o PAC Cidades Históricas", declarou.

A presidente, que salientou ter nascido em Minas Gerais, também fez questão de reverenciar "grandes brasileiros e brasileiras" do município do Campo das Vertentes mineiro. Citou a beata Nhá Chica, a poetisa Bárbara Heliodora, o escritor Otto Lara Resende e o ex-presidente Tancredo Neves, que, segundo Dilma, "foi responsável pela transição democrática no nosso País". "Fora os que não citei, e peço desculpas", disse Dilma, que começou a viajar pelo País desde que grandes manifestações tomaram as ruas de dezenas de cidades brasileiras em junho.

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