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Em meio a uma das maiores crises do governo com a base aliada, a presidente Dilma Rousseff deu posse hoje (17) a seis novos ministros em uma rápida cerimônia em que afirmou que o "povo brasileiro é sábio" e "percebe muito bem quem está do lado dele".
Ao elogiar os ministros que estavam deixando o cargo, Dilma disse que o Brasil deixou de "ser o país do futuro" e passou a elogiar os ministros que deixam seus cargos para disputar as eleições de outubro, acrescentando que "esses brasileiros que aqui estão hoje são responsáveis por a gente estar construindo o Brasil do presente". E emendou: "o povo brasileiro é sábio e percebe muito bem quem está do lado dele. Asseguro aos senhores que esses ministros que saem e os que entram estão ao lado do povo brasileiro."
Dilma reconheceu, no entanto, que "todos nós temos muito a fazer" e acrescentou que "os nossos desafios hoje têm a consistência de enxergar um Brasil muito melhor". Assegurou ainda, que "2014 vai ser um ano de muitas realizações". Tomaram posse Néri Geller (PMDB) na Agricultura, no lugar de Antonio Andrade (PMDB); Clélio Campolina Diniz para a Ciência, Tecnologia e Inovação, substituindo Marco Antonio Raupp; Gilberto Occhi para a Pasta das Cidades, no lugar de Aguinaldo Ribeiro (PP); Eduardo Lopes (PRB) na Pesca, antes sob comando de Marcelo Crivella (PSB); Miguel Rossetto (PT) no Ministério do Desenvolvimento Agrário, em substituição a Pepe Vargas (PT); e Vinícius Lages no Turismo, no lugar de Gastão Vieira (PMDB).
Os principais líderes do PMDB na Câmara dos Deputados, foco dos problemas do governo nas últimas semanas, não prestigiaram a cerimônia no salão nobre do Palácio do Planalto. Coube ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), representar o partido na solenidade. Pivô da crise, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), fez questão de dizer que só chegaria a Brasília no final da tarde. Já o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), justificou compromissos pré-agendados em seu Estado. Ele articula o lançamento de sua candidatura a governador em uma chapa que exclui o PT e abriga as legendas dos candidatos de oposição a Dilma neste ano, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que a crise já foi amenizada e que "a principal preocupação é com as alianças com os Estados". E emendou: "Esta questão, sim, poderá gerar uma verdadeira crise e não esta disputa de cargos por oito meses".
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Marco Civil
Após o evento, o governo fez uma ofensiva para evitar novas derrotas no Congresso nesta semana. As maiores preocupações foram com o projeto do novo Marco Civil da Internet, primeiro item da pauta na Câmara, e com a sessão do Congresso em que deputados e senadores iriam apreciar a derrubada do veto presidencial ao projeto que cria novos municípios.
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No início da noite, o vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, e os ministros da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniram com Eduardo Cunha para tratar do projeto. O objetivo do governo era minimizar a resistência dele e da bancada do partido ao projeto, considerado prioritário pelo Palácio do Planalto. "Diálogo é sempre importante", afirmou Cardozo a jornalistas, ao chegar ao gabinete da vice-presidência
A tendência era a de que a votação do projeto fosse mais uma vez adiada. Com isso, o governo evitaria mais um confronto no plenário e ganharia tempo caso não houvesse acordo. Além disso, passaria a imagem de que, após a liberação de emendas aos parlamentares e a realização de mais uma etapa da reforma ministerial, conseguiu desarmar o clima beligerante com os aliados da semana passada.
Sobre os vetos, a tendência era a de que os senadores do PMDB mais uma vez garantam a vitória a Dilma e, consequentemente, a manutenção do veto. Isso porque, para um veto ser derrubado, é preciso que a maioria dos deputados e também dos senadores votem a favor da derrubada.
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