Política

Dilma diz ser o foco da CPI da Petrobras, mas garante que não teme investigação

A presidente também criticou o governo de São Paulo, do tucano Geraldo Alckmin, pelos problemas que o Estado está enfrentando com falta de água

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 07/05/2014 às 21:22

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A presidente Dilma Rousseff disse em jantar com jornalistas no Palácio da Alvorada, na noite de terça-feira (6), que não teme a instalação da CPI para investigar suspeitas de irregularidades envolvendo negócios da Petrobras. Porém, afirmou que o objetivo da oposição ao insistir com a apuração no Congresso é atingi-la. "O interesse todo nesta história sou eu (....) Eu representava o poder controlador", disse. Dilma reiterou que considera que a inflação está sob controle, mas reconheceu que "não está tudo bem" em relação aos preços. Ela também negou que ocorrerá um "tarifaço" em 2015.

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A presidente também criticou o governo de São Paulo, do tucano Geraldo Alckmin, pelos problemas que o Estado está enfrentando com falta de água. Ela sugeriu que os investimentos necessários não foram feitos. "Qualquer tentativa de repartir responsabilidade com o governo federal pela (falta de) água em São Paulo é má fé."

CPI da Petrobras. "Não temo nada de CPI. Não devo nada e, portanto, não tenho temor nenhum. Este é um governo de absoluta transparência (...) Não tenho dúvida que tem um componente político nisso aí (instalação da CPI). Sempre é muito contraditório o tratamento que se dá no Brasil às investigações sobre qualquer coisa. São investigações que só atingem o governo federal (...)O interesse todo nesta história sou eu (...) Eu representava o poder controlador (...) Não me arrependo (de ter feito a nota ao Estado dizendo que não teria aprovado a compra de Pasadena se conhece os termos do contrato). Não falei nada que todos não soubessem e tudo isso está nas atas. Portanto, é uma dizer que todas as cláusulas (put option) são iguais. Não são. Cada contrato tem sua cláusula específica. Casamentos têm regras diferentes para o caso de um do casal querer sair. É tolice dizer que todos são iguais. Não estou aqui para julgar nem o Cerveró (Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobrás) nem o (José Sergio) Gabrielli (ex-presidente da estatal). Até onde eu sei, pode ter havido um equívoco, mas não sei se houve má-fé. Eu não teria aprovado com as cláusulas (put option e Marlim)."

Inflação

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"Não está tudo bem não. Só estou dizendo que a inflação está sob controle, mas não está tudo bem. Mas o efeito inflação não explica o mal-estar. Tem uma coisa que explica este mau humor, que é a comparação entre a taxa de crescimento de bens e de serviços. Nunca vi campanha eleitoral sem mau humor... Inflação é nociva em qualquer grau. Mas deflação é um horror, é um pavor. O maior problema da inflação é a indexação. De outubro a fevereiro falaram em tempestade perfeita e falaram que vai explodir tudo em 2015. É absurda esta história. É ridícula. O Brasil não vai explodir em 2015. O Brasil vai é bombar porque temos economia forte, estável, altamente atraente a investimentos. Não vai ter aumento de imposto. A média da taxa de inflação dos três primeiros anos do governo Fernando Henrique foi de 12%, ante cerca de 7% no mesmo período do primeiro mandato de Lula da Silva e de 6,97% nos oito anos de gestão Lula Pega a média dos meus três anos: dá 6,08%. Então, a inflação está completamente sob controle."

A presidente Dilma Rousseff disse ser o foco da CPI da Petrobras (Foto: Agência Brasil)

Tarifaço

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"Não vai ter tarifaço nenhum em 2015 (...) Não existe lei divina que determine que a gasolina brasileira deve flutuar de acordo com o humor do mercado internacional. O preço do petróleo no Brasil não está ligado ao preço internacional e não tem de estar. Dizem que o preço da gasolina está defasado. Gostaria que me mostrassem a conta. Me diz o que está defasado. Está defasado em relação a que? Petrobras é um patrimônio muito maior do que seu valor de mercado. Como você mede uma empresa internacional? Se ela perder reserva, se declarar reserva que não possui, aí ela está comprometida estruturalmente. (...) O fato de ela ter acesso às reservas do pré-sal. É isso que valoriza a Petrobras."

Água

"A energia é federal e a água é estadual. Por que não temos um apagão horroroso? Nós botamos muito dinheiro em energia. Agora, não sei se São Paulo investiu direito, nós não temos nada a ver com a operação do Estado, que é o responsável pela água. Compare a situação de São Paulo com a dos nossos companheiros do Ceará, que investiram e combinaram sistema térmico com hídrico e até 2001 era só hídrico. Portanto, qualquer tentativa de repartir o problema da água com o governo federal é má-fé. Água ou energia só segura se investir (...) No caso de São Paulo, é porque não investiram."

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Volta, Lula

"Não há volta, Lula. Eu e Lula temos uma relação muito mais forte do que vocês imaginam. Quem viveu junto, intensamente tantos anos, todas as horas e dificuldades, sabem que a relação é positiva e que não é possível uma ruptura. Nunca conversamos sobre isso (volta, Lula). Não fiquei chateada (com a especulação). Tenho certeza que ele está acima destas questões (...) Eu tenho certeza que o Lula me apoia neste exato momento (...) Eu e Lula nos conhecemos pelo olhar."

1º de Maio

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"Falei sobre isso no Dia do Trabalhador em 2011, 2012, 2013, e não posso falar este ano porque é ano eleitoral? A troco de quê não vou reiterar os meus compromissos com os que são a base do governo? (...) Fui meiguíssima na minha fala. Bolsa família é vista como eleitoreiro por quem não tem compromisso com os mais pobres e acham que é besteira dar dinheiro pra ele. Não é possível que eu não possa defender o que penso. Eu defendo aumento do Bolsa Família, defendo manutenção da política de elevação do salário mínimo, correção do Imposto de Renda. A oposição pode falar o que quiser e eu não posso falar nada? Tem dinheiro no Orçamento para este reajuste."

Vaias

"Não acho vaia bom. Quem falar que gosta de vaia está mentindo. Mas isso não vai me impedir de continuar trabalhando."

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Viagem aos EUA

"Vou em setembro à ONU. Não vou a Washington. Não tem visita de Estado programada. Obama é um líder expressivo. Uma boa pessoa. Temos uma relação boa e pessoalmente, não tenho problema nenhum com ele. Depois daquele episódio nos falamos uma vez."

2º turno: Aécio ou Campos?

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"Sem preferência (...) Por favor, sem cascas de banana. Tem gente defendendo medidas impopulares. Só tem que ter cuidado para que medida impopular não se transforme em antipopular (falando indiretamente de Aécio). Aí vem uma pessoa e diz que a meta de inflação é 3%. Faz uma meta de inflação de 3% e sabe o que isso significa? Significa desemprego lá pelos 8,2%. Eu quero ver como mantém investimento social e investimento público em logística com este esta meta. Não tem como fazer isso (se referindo indiretamente de Eduardo Campos)."

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