Política

Dilma diz que os direitos humanos é uma preocupação pessoal

Durante a entrega do 18º Prêmio Direitos Humanos, a presidenta disse que a defesa dos direitos humanos não é importante apenas para o governo.

Publicado em 18/12/2012 às 11:07

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A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (17) que a defesa dos direitos humanos é um assunto importante não apenas para seu governo, mas uma preocupação pessoal, por ser parte de uma geração que teve a liberdade restrita pelo Estado. “O assunto, além de ser importante nacionalmente, me comove porque a minha geração sentiu na carne o abuso de poder, a truculência do Estado, e sabe como é importante, fundamental, o respeito pelos direitos humanos e, mais do que isso, sabe que esse é o pilar fundamental de uma sociedade”, disse a presidenta em discurso durante a entrega do 18º Prêmio Direitos Humanos.

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Após entregar o prêmio a 17 personalidades e entidades homenageadas nesta edição, Dilma pediu que os premiados não se deixem abater e continuem lutando em defasa dos direitos humanos. “Sei que a luta é difícil, sei que impõe sacrifícios, sei que às vezes é incompreendida e sei que nem sempre é conhecida e reconhecida e muitas vezes não é apoiada. Sei que em muitos momentos, cada um de vocês se sente só, como se tivesse enfrentando moinhos de vento intransponíveis, mas este prêmio e esta homenagem servem para dizer duas coisas: primeiro, que vocês não estão sós e, segundo, que vocês conseguiram que, até aqui, vocês foram vitoriosos”, disse.
 
Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2012 - 18ª edição. (Foto: Agência Brasil)
 
O prêmio é entregue pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República a pessoas e entidades que tenham se destacados na promoção dos direitos humanos em todo o país. Entre os premiados desta edição, estão os bispos dom Pedro Casaldáliga e dom Tomás Balduíno, reconhecidos com uma homenagem especial pela defesa de direitos dos índios.
 
Dom Tomás Balduíno é fundador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e atualmente é bispo emérito de Goiás, onde continua trabalhando em defesa de comunidades indígenas. Casaldáliga é conhecido pelo trabalho em comunidades indígenas na região de São Félix do Araguaia (MT). Ele recebeu diversas ameaças de morte por atuar em defesa dos índios da região e teve que ser retirado de sua casa para local desconhecido depois que uma decisão judicial a favor dos índios xavantes tornou o clima mais tenso no município matogrossense.
 
Durante o discurso, a presidenta disse que o governo está trabalhando para garantir a proteção do religioso. “Dom Pedro Casaldáliga e dom Tomás Balduíno são dois homens que o Brasil aprendeu a admirar e dos quais eu me orgulho de ser contemporânea. Faço questão de informar que o Estado se manterá dedicado com todos os meios de forças policiais e civis disponíveis para garantir sua segurança e proteção”, declarou.
 
O jornalista Tim Lopes, morto em 2002 por traficantes, foi homenageado na categoria Mídia e Direitos Humanos. Também foram premiadas iniciativas ligadas a assistência a pessoas em situação de rua e a crianças e adolescentes, erradicação do trabalho escravo, enfrentamento à violência e à tortura, entre outros.
 
A presidenta listou ações do governo em defesa dos direitos humanos, entre elas o Programa Viver sem Limites, para pessoas com deficiência; a implementação da Lei de Acesso à Informação; o início dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade; e o Brasil Carinhoso, segundo ela, “o programa mais importante” de sua gestão. “Não há atentado maior aos direitos humanos do que a destruição do futuro das crianças pobres de um país, que têm seu futuro comprometido porque teve o infortúnio de nascer em uma família pobre”, disse.
 
Os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, também participaram da premiação.

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