Política

Dilma decide prestigiar ala do PMDB no Senado na reforma ministerial

Diante de duas derrotas consecutivas, impostas pelos deputados da base de sustentação do governo no Congresso, ela antecipou a mudança no primeiro escalão, que poderia ser feita até o fim deste mês

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 13/03/2014 às 22:51

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A presidente Dilma Rousseff decidiu prestigiar a ala do PMDB no Senado na reforma ministerial para enfrentar a rebelião do partido na Câmara. Diante de duas derrotas consecutivas, impostas pelos deputados da base de sustentação do governo no Congresso, ela antecipou a mudança no primeiro escalão, que poderia ser feita até o fim deste mês, e anunciou a troca de seis ministros. O PMDB não conseguiu ampliar o seu espaço e continuará controlando cinco pastas.

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Depois de conversar com o vice-presidente Michel Temer, Dilma decidiu abrir mão do nome de sua preferência para o Ministério do Turismo e indicou para o cargo Vinicius Nobre Lages, gerente de assessoria internacional do Sebrae e apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Até a noite de quarta-feira, Dilma pretendia nomear o ex-prefeito de Ouro Preto (MG), Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, mas recuou diante da insatisfação da bancada do PMDB na Câmara. Além disso, Santos enfrenta processos na Justiça.

"Esse nome não pacifica nem a bancada do PMDB de Minas", reagiu o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), ao saber da simpatia de Dilma pelo ex-prefeito de Ouro Preto.

Irritada, a presidente resolveu aceitar a indicação de Renan. "Para nós é indiferente, as nomeações não agradam nem desagradam Vamos votar contra o Marco Civil da Internet na próxima semana", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), porta-voz do "blocão", grupo criado com sete partidos aliados e um da oposição para votar contra os interesses do Planalto.

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A presidente Dilma Rousseff decidiu prestigiar a ala do PMDB no Senado na reforma ministerial (Foto:Agêcia Brasil)

O Ministério do Turismo era controlado pelo PMDB na Câmara. O atual titular, Gastão Vieira, deixa o cargo para concorrer à reeleição de deputado. Ainda na cota do PMDB, a presidente indicou Neri Geller para o Ministério da Agricultura. Geller é secretário de Política Agrícola e entrará no lugar de Antônio Andrade (PMDB), que deve ser vice do candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel. Cunha negou que Geller tenha sido indicado por ele. "Eu o conheço há cerca de um mês", disse o deputado. Além de atuar com contraponto a Cunha, Renan foi contemplado com o Ministério do Turismo porque não conseguiu emplacar o senador Vital do Rêgo (AL) na Integração Nacional, como queria. A Integração era comandada pelo PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência. Agora, o ministério ficará com o PROS do governador do Ceará, Cid Gomes.

Dilma também anunciou nesta quinta Clélio Campolina Diniz para o Ministério da Ciência e Tecnologia, substituindo Marco Antônio Raupp. Diniz era reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é amigo de Pimentel e do ex-prefeito de Belo Horizonte Patrus Ananias (PT).

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O Ministério das Cidades será mantido com o PP, que deixou o "blocão" após operação de desidratação do grupo, articulada pelo Planalto. No lugar de Aguinaldo Ribeiro entrará Gilberto Occhi, vice-presidente da Caixa Econômica Federal, chancelado pela legenda. O senador Eduardo Lopes, do PRB do Rio, é o novo ministro da Pesca. Ele entrará na vaga de Marcelo Crivella (PRB)

O ex-presidente da Petrobras Biocombustível Miguel Rossetto (PT) voltará à Esplanada. Ele assumirá o Ministério do Desenvolvimento Agrário porque o atual titular da pasta, Pepe Vargas, disputará mais um mandato de deputado. Amigo de Dilma, Rossetto já ocupou o mesmo ministério no governo Lula.

Após muitas idas e vindas, Dilma não fez mudanças radicais na equipe e deixou os partidos da base aliada no controle das mesmas pastas. Agora, ela ainda precisa nomear o substituto da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. O chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, também deixará o cargo para entrar na coordenação da campanha da presidente à reeleição. O ex-secretário executivo da Casa Civil, Beto Vasconcellos, entrará no seu lugar. As posses dos novos ministros ocorrerá na segunda-feira, no Palácio do Planalto.

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