Continua depois da publicidade
No primeiro evento de transmissão de cargos da reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff desejou ontem sucesso nas urnas aos futuros candidatos Alexandre Padilha (que deixou a pasta da Saúde para disputar o governo de São Paulo) e Gleisi Hoffmann (ex-ministra da Casa Civil, que irá concorrer ao governo do Paraná). Em um ato repleto de mensagens eleitorais, a presidente assegurou que "o ano de 2014 será ainda melhor do que 2013".
Além de Padilha e Gleisi, a cerimônia marcou a saída do governo de Helena Chagas, que deixa a Secretaria de Comunicação Social e será substituída pelo ex-porta-voz da Presidência, Thomas Traumann. Já o ministro Aloizio Mercadante trocou a pasta da Educação pela chefia da Casa Civil.
Ao discursar por 20 minutos, Dilma fez uma referência especial a Padilha e Gleisi, que nas eleições de outubro enfrentarão, respectivamente, os tucanos Geraldo Alckmin e Beto Richa.
"Alguns de nossos ministros decidiram buscar nas urnas a oportunidade de assumir novas tarefas executivas. É o que farão os meus amigos Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha, aos quais desejo muito sucesso na sua caminhada", afirmou.
Continua depois da publicidade
Dilma disse que ambos se destacaram em suas passagens na Esplanada - justamente em programas que a própria presidente pretende levar para a campanha eleitoral: o Mais Médicos, na área de saúde; e o programa de concessões de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias.
"O grande destaque mesmo é o Mais Médicos", observou a presidente, sobre a gestão Padilha. "Queria nomear o programa de concessões, que o governo fez ao longo desse ano e continuará nesse ano de 2014", declarou, sobre a era Gleisi na Casa Civil.
Continua depois da publicidade
Herança maldita
Mais tarde, em um evento no Ministério da Saúde, Padilha assumiu de vez o figurino de pré-candidato: chorou duas vezes, criticou o PSDB, Alckmin e ressuscitou o discurso da "herança maldita", numa referência ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Em três anos conseguimos reverter legados malditos, fruto da ausência de uma política industrial nesse País nos anos 90", disse o petista. "O Brasil que nos anos 90 deixou de ser produtor de insulina voltou a ser parte do seleto grupo de cinco países que detêm essa tecnologia."
Em seu discurso de 40 minutos, ele destacou pontos que deverão ser usados como vitrine para sua campanha: o Mais Médicos e a introdução no País da vacina contra o vírus HPV.
Continua depois da publicidade
Ele procurou fazer um contraponto aos adversários. Mirando o governador paulista Geraldo Alckmin, com quem vai disputar o governo e o senador Aécio Neves, adversário da presidente Dilma Rousseff na eleição presidencial, ele observou que Estados que mais requisitaram profissionais no programa Mais Médicos foram justamente São Paulo e Minas.
Padilha procurou ainda elogiar Dilma, afirmando que o fato de os dois Estados terem recebido mais profissionais mostra a grandeza da presidente.
"A grandeza de ouvir em primeiro lugar o clamor das pessoas que mais precisam e dos prefeitos de todos os partidos." Emendou dizendo que lideranças políticas paulistas e mineiras fizeram diagnóstico incorreto sobre o programa, criado em junho para levar médicos a áreas carentes de profissionais. "Um de seus líderes, por exemplo, deu uma demonstração absoluta de falta de sensibilidade com o sofrimento humano ao afirmar que não faltavam médicos no Brasil e no seu Estado, talvez por não enxergar os que mais precisam, no Estado mais rico da Federação."
Continua depois da publicidade
O clima de campanha também contaminou o ministro Arthur Chioro. Em apenas uma frase de seu discurso, ele elencou nove adjetivos elogiosos a seu antecessor. E se referiu a Padilha como o "melhor ministro da Saúde" que o Brasil já teve.