Dilma critica "pessimistas" na inauguração do Estádio de Brasília

A presidente Dilma Rousseff criticou os "pessimistas de plantão" neste sábado, ao inaugurar o Estádio Nacional de Brasília (Mané Garrincha), sede da abertura da Copa das Confederações, no dia 15 de junho. Para ela, o Brasil está mostrando que tem capacidade para construir e financiar as arenas que irão receber os jogos da Copa do Mundo, no próximo ano.

"Um ano atrás, diziam que nós não iríamos construir os estádios. Que eles não ficariam prontos. Pois o que estamos vendo são estádios construídos e sendo entregues. E não são quaisquer estádios", declarou Dilma, ao exaltar as qualidades da arena em Brasília, erguida a um custo de R$ 1,2 bilhão - a obra é a mais cara da Copa, ao lado do Maracanã.

"Me deu extremo orgulho de notar a qualidade e modernidade das instalações, o critério de fazer construções sólidas, mas simples e, ao mesmo tempo, belas. É uma demonstração da capacidade de nós brasileiros, juntos, realizarmos aquilo que muitos pessimistas de plantão dizem sempre que nós não somos capazes", afirmou a presidente.

Assim como a maior parte das seis arenas da Copa das Confederações, o Estádio Nacional de Brasília sofreu com atrasos nas obras e foi inaugurado mesmo não estando totalmente pronto - 97% das obras estão concluídas. Ou seja, ainda há ajustes a serem feitos até a abertura da competição. Inicialmente, o local estava programado para ser inaugurado em 21 de abril. O prazo, contudo, foi ampliado em razão de dificuldades para plantar o gramado.

Na cerimônia deste sábado, em que deu o pontapé inicial ao lado de três crianças, Dilma exaltou também a homenagem que o estádio faz ao ex-jogador Mané Garrincha. A arena foi batizada com o nome do ídolo do futebol nacional. No entanto, a Fifa vetou a utilização do nome do astro durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014.

"Estamos fazendo homenagem histórica a um grande atleta, que é Mané Garrincha. Essa homenagem é muito precisa e merecida, feita na capital federal, a um atleta brasileiro, que era um gênio na arte do futebol", exaltou a presidente. "O Garrincha, na sua simplicidade, era um jogador que demonstrou que o Brasil não era, de maneira alguma, e nem tinha esse arraigado complexo de vira-lata", completou, referindo-se à expressão cunhada pelo escritor Nelson Rodrigues.

Presente na cerimônia, assim como o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), explicou que o alto custo do projeto será "pago" com o uso do estádio para outras atividades, como shows e eventos religiosos, que antes eram realizados de improviso pelas ruas de Brasília. Dilma também defendeu o multiuso do espaço em seu discurso.

Para a presidente, os estádios representam um legado para a população. Por isso, ela defendeu a realização de atividades culturais, esportivas e educacionais nas arenas que sediarão a Copa das Confederações, no próximo mês, e a Copa do Mundo de 2014. "Tudo isso vem junto com todos os desafios desse País. Um desses desafios é a educação, a condição de garantirmos que nosso povo tenha de fato uma trajetória de crescimento e desenvolvimento pela educação", afirmou Dilma.

O estádio de Brasília sediará a abertura da Copa das Confederações em 15 de junho, em um jogo entre Brasil e Japão. Antes da competição, a arena passará por dois eventos-teste. O primeiro seria a final do Campeonato Brasiliense, entre Brasiliense e Brasília, já na tarde deste sábado. E o segundo será a partida entre Flamengo e Santos, no dia 26 de maio, na rodada de abertura do Brasileirão.

O estádio de Brasília, com capacidade para receber 72,8 mil pessoas, é o quinto a ser entregue para a realização da Copa das Confederações - Dilma esteve presente na inauguração de todos os outros, em Salvador, Belo Horizonte, Rio e Fortaleza. A sexta e última ocorrerá nesta semana, no Recife. Na segunda-feira, operários farão um jogo festivo que vai marcar a abertura da Arena Pernambuco. Dois dias depois, o local receberá seu primeiro jogo, um amistoso entre Náutico e Sporting Lisboa, de Portugal.