Política

Dilma critica 'estardalhaço e terrorismo' sobre a economia do País

Na Rocinha, ela atacou indiretamente a oposição ao dizer que "não se fazia obra para as comunidades mais pobres" no Brasil até 2003

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/06/2013 às 20:29

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Em discurso no Complexo Esportivo da Rocinha para o anúncio de obras em três favelas do Rio, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que há "estardalhaço e terrorismo informativo" sobre a situação econômica do País. No mesmo evento, ela atacou indiretamente a oposição ao dizer que "não se fazia obra para as comunidades mais pobres" no Brasil até 2003, início do governo Lula.

Em clara referência ao noticiário sobre a retomada inflacionária, Dilma declarou: "Nós jamais deixaremos que a inflação volte. Hoje ela está sob controle, ontem ela estava e continuará sob controle. Peço a vocês que não deem ouvidos a esses que jogam sempre no `quanto pior, melhor'. Críticas, todo mundo tem de ter a humildade de aceitar. Mas terrorismo, não."

A presidente afirmou que, em meio à crise econômica que "talvez seja a mais grave desde 1929", o Brasil apresenta hoje "a menor taxa de desemprego do mundo". "Vocês têm visto na imprensa muita gente falando que o Brasil passa por um momento de dificuldades. Interessa a eles criar essa ideia. Não só o Brasil não está numa situação difícil como é um país extremamente sólido. Temos uma das menores relações entre dívida líquida e PIB. Não gastamos mais do que possuímos. Somos sérios em relação à política fiscal", discursou a presidente para uma plateia que reunia políticos aliados e, principalmente, moradores da Rocinha.

A favela vai receber a maior parte (R$ 1,6 bilhão) dos R$ 2,6 bilhões anunciados. O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 ocorreu sem que tenham sido concluídas as obras do PAC 1 na Rocinha e em outras comunidades de Niterói e São Gonçalo. No PAC 2, estão previstas obras de saneamento, habitação, reordenamento urbano e construção de creche e um teleférico com seis estações na Rocinha, além de investimentos nas comunidades de Lins de Vasconcelos e do Jacarezinho, na zona norte. O prazo para conclusão é de 3 anos.

Dilma Rousseff criticou o 'estardalhaço e terrorismo' feito sobre a economia do Brasil (Foto: Divulgação)

Durante o evento, seguranças da presidência recolheram cartazes de um líder comunitário que protestava diante do palco. Presidente de uma das associações de moradores do Andaraí, André Santana declarou: "Cadê o PAC do Andaraí? A gente quer que eles cumpram a promessa que o Lula fez." Quando o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) discursava, Santana voltou a protestar, e Cabral respondeu: "O do Andaraí vai chegar, calma."

Conto do Vigário

Dilma afirmou que o Brasil foi governado "de costas para as comunidades, não só do Rio, mas de todo o País, até 2003". "Eu sei que o Brasil a quem eu devo minha eleição mora aqui. Até então, o País tinha um mercado pequenininho, só para as classes mais ricas", discursou. "Nós temos um lado, que é claro: o lado do povo. Fazemos obras para todo o Brasil, mas temos de olhar para os segmentos mais pobres, que nunca tiveram acesso a nada "

Dilma afirmou ter investido R$ 5,9 bilhões em favelas no seu período de governo. Ela classificou de "conto do vigário" a especulação sobre redução de gastos sociais. "Podem esperar sentados. Não iremos diminuir investimentos que beneficiem o povo, porque essa é a nossa prioridade. Temos recursos suficientes."

Em seguida, a presidente ressaltou a parceria no Rio com os peemedebistas Cabral e Eduardo Paes (prefeito) e elogiou projetos dos dois. Dilma ganhou de um morador um quadro com seu rosto pintado e a favela ao fundo. Ela não mencionou no discurso os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus municipais ocorridos no País nos últimos dias, que resultaram em violência policial, principalmente em São Paulo.

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