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Numa visita marcada pela provocação entre petistas e tucanos ontem em Curitiba, a presidente Dilma Rousseff, convocou os simpatizantes para a guerra. "A palavra é a seguinte, um grito de combate, um grito de guerra: vamos ganhar essa eleição no dia 26", disse a petista, que concorre à reeleição. Em seguida, destacou que não era de briga, mas não deixaria de responder aos ataques. "Não somos de guerra, não somos de briga, mas quando nos desafiam, a gente encara uma boa briga", afirmou.
Anteontem, em debate no SBT, Dilma e seu adversário, o tucano Aécio Neves, trocaram fortes ataques pessoais. O clima se refletiu nas ruas de Curitiba, antes e durante a visita da presidente, quando partidários de ambos trocaram provocações. Militantes de Aécio, que na capital teve 54,5% dos votos contra 18,8% da petista, postaram convocações na rede social Facebook para "dar uma vaia" em Dilma na praça em que ela subiria ao palanque.
A Polícia Militar reforçou a segurança do evento petista com 40 homens. "Não vamos entrar em confronto com os tucanos desesperados", alertou o locutor da campanha, minutos antes da chegada da presidente.
Dilma desfilou na carroceria de uma caminhoneta, ao lado do vice-presidente Michel Temer, do candidato derrotado do PMDB ao governo estadual, Roberto Requião, e do ex-senador Osmar Dias, do PDT.
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Durante o trajeto, moradores de prédio travaram uma disputa particular nas janelas: enquanto de um lado Dilma era aplaudida, de outro, as pessoas voltavam os dedões para baixo. Os manifestantes que acompanhavam a presidente a pé, entoaram nova versão do refrão da campanha do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva: "Olê, olê, olá, Dilma, Dilma". Em certo momento, um grupo fez coro de Aécio, logo encoberto pelo grito de "Dilma". Um rapaz do grupo tucano foi empurrado por um militante petista.
No discurso de 10 minutos, Dilma disse que o Brasil não vai andar para trás. Sem citar o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, convidado por Aécio para assumir o Ministério da Fazenda em caso de vitória tucana, Dilma atribuiu o feito ao "candidato a ministro da Fazenda, aquele que deixou o Brasil de joelhos duas vezes." Ela pediu aos militantes que vão às ruas "mostrar o que aconteceu neste país quando eles governaram."
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Eleitores falam
O comício reuniu cerca de cinco mil pessoas, segundo a Polícia Militar - os organizadores falaram em mais de dez mil. Na fala de Requião, houve algumas vaias quando ele se referiu a uma possível vitória de Aécio como "a volta do governo de Fernando Henrique Cardoso". No meio dos petistas, a corretora Iveris Cardoso, de 58 anos, disse que votaria em Aécio pois tinha se decepcionado com Dilma. "É estranho o Requião estar com o PT, acho que se vendeu."
A doméstica Roseny Von Kruger, de 54 anos, ficou três horas à espera de Dilma. "Tenho um filho e uma nora estudando direito pelo ProUni, meus dois filhos têm casa do programa Minha Casa Minha Vida e meu neto de 15 anos está no Pronatec."
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A senadora Gleisi Hoffmann, que concorreu pelo PT ao governo do Estado, não participou do evento, mas segundo o PT, encontrou-se com a presidente no aeroporto.