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Em meio a investigações da Polícia Federal sobre os boatos de que o programa Bolsa Família seria extinto, a presidente Dilma Rousseff admitiu ontem que pode haver falhas no programa.
"Nós somos humanos, pode ter tido falhas, o que estou dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica (a ida de pessoas a agências da Caixa em)12 Estados... Então a Polícia Federal e a segurança da Caixa vão procurar todos os motivos e elencá-los todos", disse a presidente, ao conceder entrevista antes de evento comemorativo dos 50 anos da União Africana, na Etiópia.
"Todo processo pode ter falhas, não há processo que não tenha falhas. O que você faz é garantir que seja o menos passível de ser objeto (de) tentativa externa ou alguma falha interna", assinalou.
Dilma disse que aguardaria o fim das investigações, antes de se posicionar sobre o assunto. "Enquanto não houver alguma avaliação concreta e profunda, nós não emitiremos opinião. (...) Estamos empenhados na investigação, por dois motivos. Um, porque pode ter sido um delito. Dois, porque nós temos de aprender com todos os episódios que ocorrem", afirmou.
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A presidente também admitiu que a Caixa suspendeu ao menos um pagamento. "Ela (a Caixa) está em transição de um sistema, e suspendeu, de fato, uma pessoa do pagamento", comentou. Não há prazo para a conclusão das investigações.
Dilma frisou que o Bolsa Família usa a "tecnologia da informação mais sofisticada possível" e considerou o episódio dos boatos "lamentável". A Caixa admitiu em nota que alterou sem aviso prévio o calendário de pagamento do benefício na véspera da confusão, noticiou ontem a Folha de S.Paulo.
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Supremo
Dilma também negou que a participação do advogado Luís Roberto Barroso no julgamento do mensalão influenciou a escolha de seu nome para o Supremo Tribunal Federal (STF). Barroso poderá mudar os rumos do julgamento do mensalão petista e será o responsável por relatar o mensalão mineiro. "Nós não avaliamos esse aspecto (julgamento do mensalão petista). Ele é um grande constitucionalista, foi escolhido pela biografia. Construiu essa biografia fora do Supremo. Ele entra no Supremo numa condição bem adequada, porque vai contribuir como grande constitucionalista que é", afirmou a presidente.
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