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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (16) que ainda não é possível sentir "a temperatura exata" da reação do Congresso à eventual aprovação da proposta do governo de recriar um imposto sobre operações financeiras, nos moldes da CPMF, porque o Legislativo tem uma "resistência histórica" a elevar a carga tributária do país.
Apesar das resistências, o peemedebista garantiu que tanto a Câmara quanto o Senado analisarão a medida.
"Do ponto de vista do Congresso, nós temos a obrigação de debater tudo o que para aqui vem, e a elevação de carga tributária terá que ser uma consequência do corte, do ajuste. Mas nós não temos, do ponto de vista do Congresso, como predizer o que vai acontecer, se a situação melhorou ou se agravou, lembrando que nunca é fácil aumentar imposto. É sempre uma tarefa difícil", disse.
A oposição lança nesta quarta um movimento para barrar o avanço da proposta. Chamado de "Basta de imposto, não à CPMF", os parlamentares oficializarão a posição contrária em um ato no Salão Verde da Câmara.
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"O partido, que liderou o movimento que pôs fim à CPMF, em 2007, vai, mais uma vez, mobilizar-se contra a ganância arrecadatória de um governo que cobra muito da população e entrega pouco", diz nota do DEM sobre o ato.
Cunha
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Em outra frente, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, irá se reunir Renan e com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para pressionar contra a medida.
Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, os recursos da CPMF serão alocados exclusivamente para cobrir o deficit da Previdência Social e durará quatro anos. O governo anunciou, sem dar detalhes, que a medida será acompanhada por uma redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
As duas medidas resultarão em um aumento de arrecadação de R$ 32 bilhões.
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No mês passado, o governo cogitou propor a volta da CPMF, mas recuou diante das críticas recebidas de políticos e empresários. A equipe da presidente, no entanto, voltou atrás mais uma vez porque, segundo assessores de Dilma, "não havia saída" para o rombo de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016.