Política
Integrantes da legenda avaliam que as acusações jogaram a crise para dentro do Palácio do Planalto, uma vez que dois ministros, Aloizio Mercadante e Edinho Silvaforam citados pelo delator
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A publicação de trechos da delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, deu força à ala do PMDB que defende maior afastamento do governo. Com aval do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o grupo pede a saída do vice-presidente Michel Temer da articulação política da gestão Dilma Rousseff (PT) após a conclusão das votações do ajuste fiscal.
Integrantes da legenda avaliam que as acusações jogaram a crise para dentro do Palácio do Planalto, uma vez que dois ministros - Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) - foram citados pelo delator. Nesse sentido, continuar apagando os incêndios do governo, ainda mais com o ressurgimento da discussão de um possível impeachment, só traria prejuízos ao PMDB. A legenda tem parlamentares investigados pela Operação Lava Jato, incluindo o próprio Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
A articulação já foi mapeada por aliados de Temer, que agem para controlar o movimento. Para eles, qualquer ação nesse sentido seria precipitada e retiraria o suporte político da equipe econômica em um ano difícil.
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Embora a dissidência tenha nascido minoritária, aliados do vice-presidente reconhecem que a pressão tem crescido e admitem a possibilidade de Temer se afastar das conversas “de varejo”, que incluem negociações por cargos e liberação de emendas.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que vai se reunir com outras lideranças da oposição para definir o que fazer diante da nova delação. Pressionado a comandar nova campanha pelo impeachment, o tucano disse que as denúncias são graves, mas exigem cautela. “O que fica mais claro é que eu não perdi a eleição para um partido político, e sim para uma organização criminosa.”
Aécio também defendeu o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), citado na delação de Pessoa como recebedor de doações em 2010 (R$ 300 mil oficialmente e R$ 200 mil em dinheiro). O parlamentar, que foi candidato a vice-presidente na chapa tucana no ano passado, disse em nota que “não teria a menor possibilidade” de influenciar decisões na Petrobras e que isso o diferencia de outros citados no caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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