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A cúpula do PT optou pelo silêncio no domingo, 11, mas vai consultar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de definir como se posicionar publicamente diante das críticas feitas pela senadora Marta Suplicy (SP) em entrevista publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. Para ela, "ou o PT muda ou acaba".
A ex-ministra e ex-prefeita apontou "desmandos" no governo e no partido como razões para a provável saída da legenda. O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) foi chamado de "inimigo" e o presidente do PT, Rui Falcão, de "traidor". Ambos não quiseram comentar as declarações de Marta, assim como Lula e o Planalto.
No entanto, as críticas causaram mal estar no PT e desconforto no governo. Pessoas ligadas a Lula disseram que há quatro anos tentam fazer intrigas entre ele e Dilma, e a senadora estaria repetindo essa estratégia. Marta assumiu a defesa do "Volta, Lula", para que o ex-presidente fosse candidato em 2014. Vice-presidente do partido, o deputado José Guimarães (CE) disse que o tema será discutido internamente na legenda. "O silêncio é a melhor resposta (por ora)", afirmou.
Alberto Cantalice, outro vice-presidente, deixou claro o mal-estar causado pelas declarações de Marta. "É uma entrevista muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê isso com muito maus olhos", considera Cantalice.
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"Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e sempre galgou os cargos que almejou. Ela não deveria ficar chutando dessa forma. Não deveria jogar para cima tudo o que o partido lhe proporcionou", disse o deputado Vicente Cândido (PT-SP).
Na entrevista, Marta disse ficar "estarrecida com os desmandos" ao ler o noticiário. "É esse o partido que ajudei a criar?", questionou. Apesar desses ataques, o PT por ora descarta algum tipo de punição ou mesmo expulsão da senadora, para que ela não saia como "vítima".
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Oposição
Para parlamentares da oposição, a entrevista "reflete o cenário atual" de um "partido em frangalhos", nas palavras do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "A casa está caindo literalmente. Nessas horas, aqueles que não tinham coragem de fazer oposição se tornam corajosos e os que só tinham o sentimento do adesismo, da cumplicidade e do fisiologismo se sentem encorajados em abrir dissidência."
Para o deputado e senador eleito Ronaldo Caiado (DEM-GO), as declarações de Marta poderiam ter influenciado o resultado das eleições presidenciais. "Se a entrevista tivesse ocorrido antes das eleições, teria dado uma grande contribuição para o País. Teria força para mudar o rumo das eleições."
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