Política
O núcleo duro do grupo dos "novos rebeldes" é formado por cerca de dez parlamentares, a maioria de São Paulo, mas nos melhores momentos chegou a ter mais de 50 dos 84 deputados do PT na Câmara
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Com o estrago eleitoral e na imagem do partido causado pela revelação da relação entre o deputado André Vargas (sem partido-PR) e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, o PT, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estuda medidas para enquadrar o grupo de parlamentares que apoiava Vargas.
O primeiro alvo foi o deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), que enfrentou a direção petista e a presidente Dilma Rousseff ao apoiar o projeto de reforma política apresentado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Há cerca de um mês, a executiva nacional do PT fechou questão contra o projeto do PMDB e em favor de uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Se insistir no apoio ao PMDB, Vaccarezza estará sujeito a punições internas.
O segundo alvo foi o próprio Vargas, que tentou enfrentar a cúpula petista quando foi pressionado a renunciar ao mandato por causa de citações de seu nome em relatórios da PF. Com apoio do grupo de "novos rebeldes", Vargas voltou atrás da decisão de renunciar. A direção petista então ameaçou afastá-lo por até 60 dias, enquanto a Comissão de Ética investigasse o caso. Sem saída, Vargas se desfiliou para evitar a punição. "Depois que ele se desfilou do PT, não tenho visto menções ao nome dele na imprensa, o que mostra que, fora do partido, as ações dele baixaram de valor", disse o presidente do partido, Rui Falcão.
Antes disso, em reunião em torno do pré-candidato do partido ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, Falcão deu um recado mais amplo. Um deputado tentou defender Vargas, dizendo que a única denúncia contra ele era ter viajado no jatinho do doleiro. "Não é papel de deputado do PT intermediar interesses de empresas privadas com o setor público", disse.
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Internamente, a avaliação é que aliados de Vargas o estimularam a enfrentar a direção partidária para evitar que a postura dura tomada contra o ex-vice-presidente da Câmara se transformasse em regra no partido.
Recentemente, Falcão disse que o próprio Lula tem estimulado movimentos da direção partidária para reduzir a força dos parlamentares. Nos últimos anos, as bancadas se transformaram em polos paralelos de poder, ocupando o vazio deixado por líderes históricos abatidos no processo do mensalão.
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"O Lula vem falando que é preciso fortalecer as instâncias partidárias para que não haja o peso exclusivo dos mandatos parlamentares. Elas (bancadas) têm um peso muito grande e muitas vezes acabam esvaziando as instâncias", disse Falcão.
Correntes
A bancada do PT na Câmara se dividiu em pelo menos quatro grupos, que passaram a ter denominações irônicas como CNB do A e CNB do B, em referência à maior corrente interna do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). O maior destes grupos era encabeçado por Vargas.
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O núcleo duro do grupo dos "novos rebeldes" é formado por cerca de dez parlamentares, a maioria de São Paulo, mas nos melhores momentos chegou a ter mais de 50 dos 84 deputados do PT na Câmara. Além de se aliar aos adversários no Congresso, esse grupo é acusado internamente de plantar notícias negativas contra o governo, estimular críticas à presidente e liderar o movimento "Volta, Lula".
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