Continua depois da publicidade
Após uma semana de desgaste na condução da votação da reforma política, líderes de partidos governistas e de oposição avaliam que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enfrentará a partir de agora mais dificuldades para impor suas vontades ao plenário da Casa.
O peemedebista, homem que desde que assumiu o comando da Câmara tirou o protagonismo do Palácio do Planalto, hoje é chamado nos discursos da tribuna de "autoritário", "truculento" e capaz de passar por cima de todos quando lhe é conveniente. Contrariados com o estilo Cunha de conduzir os trabalhos, deputados falam em boicotar a coleta de assinaturas para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permitiria a reeleição da Mesa Diretora da Casa, hoje articulada pelo peemedebista.
O desconforto atingiu nesta semana os partidos de oposição - que ganharam voz na gestão Cunha - e chegou à bancada do PMDB. O tratamento dado pela presidência da Câmara ao deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), relator na Comissão Especial da Reforma Política, causou indignação entre os membros do partido. O colegiado não teve a oportunidade nem sequer de votar o parecer de Castro, destituído por Cunha, e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi escolhido para relatar a proposta no plenário.
Continua depois da publicidade
O reação imediata foi que 13 deputados do partido votaram para derrubar o sistema eleitoral conhecido por distritão, bandeira do PMDB, e só 18 seguiram a orientação do líder Leonardo Picciani (RJ) para votar contra o fim das coligações proporcionais. Ao começar a votar contra o líder, a bancada deixa entrever que a relação com a Casa vai mudar por ela estar desgostosa com Cunha.