Política
Ontem, o governo anunciou a redução da meta de superávit primário de R$ 66,3 bilhões para apenas R$ 8,74 bilhões e fez mais um corte de R$ 8,6 bilhões nas despesas
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou nesta quinta-feira, 23, a fazer críticas ao corte do governo de 86,73% da meta fiscal prometida para este ano. Para o peemedebista, recém-rompido com o Palácio do Planalto, o agravamento da crise e a falta de clareza do governo sobre "o que quer da política econômica" ameaçam o grau de investimento do País. "Estamos correndo risco grave de perder o grau de investimento. O risco nunca esteve tão grave como está agora", avaliou.
Ontem, o governo anunciou a redução da meta de superávit primário de 1,13% (R$ 66,3 bilhões) para apenas 0,15% (R$ 8,74 bilhões) e fez mais um corte de R$ 8,6 bilhões nas despesas. Pouco antes do anúncio, Cunha disse que foi procurado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que o comunicou da medida.
Assim como na quarta, o peemedebista criticou a demora de sete meses do governo para tomar a decisão de mudar uma meta que, de acordo com Cunha, "se sabe que não será cumprida". "Todos sabem que a meta não seria cumprida e que essa também não será cumprida", afirmou. O presidente da Câmara aposta que o 0,15% "não será superávit, será déficit".
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Em sua avaliação, o governo não poderia anunciar uma meta que depende de três condicionantes "que não serão atingidas": a receita das concessões, a repatriação de recursos no exterior e a receita extraordinária da Medida Provisória 685. "É um desespero total por falta de arrecadação", concluiu, ressaltando que os valores esperados pelo governo são difíceis de alcançar.
Cunha atacou o pacote de ajuste fiscal do governo. "Em nome do ajuste foi feito um desajuste da economia", declarou.
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