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A Comissão Parlamentar de Inquérito das Enchentes (CPI), criada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para apurar as causas da tragédia que matou mais de 900 pessoas, deixou 165 pessoas desaparecidas e mais de 7 mil desabrigados ou desalojados na região serrana do estado, conclui que a omissão, ineficiência e o interesse eleitoreiro, juntos, agravaram a catástrofe provocada pelas chuvas.
Com cerca de 220 páginas, o relatório compilou mais de seis meses de investigações que tentaram explicar as causas das enchentes. Os deputados apontam como causa da tragédia a ocupação irregular do solo e a ausência de um sistema adequado de Defesa Civil integrado entre os três níveis de governo. O documento também fez referência a casos de corrupção constatados nos dias seguintes à tragédia, que, segundo os deputados, atrasam a recuperação da região.
O documento destaca a ausência de sistemas de alerta, além de equipamentos que auxiliassem o deslocamento e o abrigo da população após as chuvas de 12 de janeiro de 2011. Para evitar situações semelhantes, os deputados sugeriram um plano de contenção de catástrofes no âmbito estadual, além de um aparato de Defesa Civil em todos os municípios, vinculado à União. Um órgão estadual de geotécnica e um hospital regional também constaram como propostas do texto.
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Segundo o relator da CPI, deputado Nilton Salomão (PT), essas medidas também poderiam ter auxiliado nas catástrofes do município de Angra dos Reis e do Morro do Bumba, em Niterói, que deixaram dezenas de mortos em 2010. Para ele, interesses eleitoreiros que permitiram a ocupação em áreas de encosta e em beira de rios, como ocorreu em todos os casos, devem ser combatidos.