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Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas na Síria durante a celebração ontem (4) da vitória eleitoral do presidente Bashar Al Assad, informou hoje (5) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Entre as vítimas, cujas mortes foram provocadas por tiros, há um menor, um jogador de futebol e um cinegrafista da televisão Al Itiyah, indicou o OSDH.
De acordo com a organização, os disparos ocorreram na capital do país, Damasco; em Alepo, no Norte; e nas províncias costeiras de Latakia e Tartus, regiões controladas pelo regime de Assad.
O observatório acusou a milícia pró-governamental shabiha de ser a autora dos disparos. Nessa quarta-feira, antes do anúncio dos resultados, o próprio Bashar Al Assad pediu, em comunicado, que a população se contivesse e evitasse disparos para o ar, de forma a não colocar vidas em perigo.
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Assad foi reeleito com 88,7% dos votos, muito à frente dos seus dois adversários, o deputado da oposição tolerada pelo regime, Maher Abdel Hafez Hayar, e o ex-ministro Hassan Abdallah Al Nuri. A eleição foi feita apenas nas zonas controladas pelo regime de Assad, a primeira em mais de meio século com mais de um candidato. A participação da população foi 73,42%.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos classificou as eleições como uma "farsa" e disse que muitas famílias foram votar por medo de serem detidas por forças leais ao governo caso não o fizessem.
A guerra civil na Síria começou em 2011 e já deixou mais de 160 mil mortos, 4,5 milhões de deslocados internos e 3 milhões de refugiados.
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