Líderes lotaram as galerias e apresentaram propostas para aperfeiçoar a rede de proteção às mulheres / Divulgação
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No dia 29 de abril, a vendedora Jessica Almeida, de 28 anos, foi morta com um tiro na cabeça pelo ex-marido, um policial militar, no bairro Ocian, em Praia Grande. Ela possuía contra ele uma medida protetiva (ordem judicial que visa proteger um indivíduo que esteja em situação de risco). Mas a ferramenta não foi suficiente para impedir a tragédia.
O caso comoveu a Cidade e levou a Câmara Municipal a convocar uma audiência pública para debater meios de evitar que casos como este se repitam. O encontro ocorreu na noite da última quinta-feira (18), com a presença de representantes de órgãos envolvidos na proteção da mulher e segurança pública e organizações de mulheres da Cidade, como Promotoras Legais Populares de Praia Grande (PLPs), Esquerda Feministra Praia Grande e Movimento de Mulheres Olga Benário.
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As líderes lotaram as galerias e apresentaram propostas para aperfeiçoar a rede de proteção às mulheres e garantir a punição aos agressores. A principal reivindicação é o funcionamento 24 horas da Delegacia de Defesa da Mulher, que hoje só funciona em horário comercial.
Os coletivos reforçam ainda a necessidade do atendimento na DDM ser feito em salas reservadas e somente por mulheres, evitando constrangimento às vítimas. "Se fala em rede, mas não funciona, se fala em delegacia, mas atende mal", comentou uma das coordenadoras das PLPs, Kelly Cristina.
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As mulheres consideram urgente que a administração municipal implante uma casa abrigo para mulheres em situação de risco e também a Ronda Maria da Penha (patrulha policial em áreas mais vulneráveis). No caso das vítimas com medidas protetivas, reivindicam que elas tenham acesso a um botão do pânico, assim como a colocação de tornozeleira eletrônica e que, caso ele tenha acesso a armas de fogo, que ela seja imediatamente apreendida visando proteger a mulher. "Estamos aqui para cobrar das autoridades respostas e a efetivação de políticas públicas que realmente funcionam, para proteger a nós mulheres", afirmou a representante do Movimento de Mulheres Olga Benário, Tiffany Mathias.
Entre outras propostas estão ainda a maior transparência nas atividades do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, ações educativas nas escolas sobre temas como machismo, feminismo e misoginia, aumento do número de agentes comunitários de saúde.
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