Política

Cid Gomes lançará consulta pública sobre novas regras para o Enem

O novo formato prevê a criação de um banco digital de questões e permitiria o agendamento da prova, que passaria a ser online

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/01/2015 às 16:49

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O ministro da Educação, Cid Gomes, disse ontem (30) que colocará em consulta pública, nas próximas semanas, um novo modelo de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O novo formato prevê a criação de um banco digital de questões e permitiria o agendamento da prova, que passaria a ser online. O exame, obrigatório para ingressar em universidades federais, é aplicado simultaneamente, em todo o país, e teve 8,7 milhões de inscritos em 2014.

Cid Gomes destacou que a consulta pública será um "pré-requisito para se pensar em um Enem online, que é ter um grande banco de questões”. No Rio de Janeiro, o ministro visitou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ). “Se a gente tiver, para cada uma das áreas, cerca de 8 mil perguntas, se eu tiver esse banco de dados, ele pode ficar aberto ao público, é uma grande fonte de estudo”, acrescentou.

Ele disse que a proposta é que o aluno possa acessar o banco de dados para estudar e aprimorar os conhecimentos. As questões da prova do Enem, segundo ele, seriam sorteadas pelo sistema online. “Se a pessoa aprender, com base nesse banco de dados, de 8 mil questões, ótimo. Se ela for capaz de decorar [as respostas], sem entender 8 mil quesitos é um gênio e merece uma vaga nas melhores instituições de ensino”, disse.

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Ministro da Educação diz que consulta pública será 'pré-requisito para se pensar em um Enem online' (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

Outra vantagem a seu ver é que as provas online seriam exclusivas, compostas por questões do banco e não mais um único modelo como é atualmente. Cid Gomes disse que o novo modelo de prova do Enem inibiria denúncias de vazamento, como o ocorrido na última edição, no Piauí. Sobre o caso, que foi investigado pela Polícia Federal, o ministro esclareceu que o tema da redação foi antecipado para cerca de 30 pessoas de um grupo de rede social privada em telefones celulares, minutos antes da prova.

“Ficou muito claro que essa antecipação, de 15 minutos, não permitiu benefício para ninguém”, disse. “Há de se convir que 15 minutos [de antecipação de tema] não permite uma pessoa ter um desempenho melhor [na redação]”. Por causa do vazamento, o Ministério Público Federal no estado pediu a anulação da prova, recusado pela Justiça.

Ainda em fase de discussão, o Enem online foi inspirado nos exames de legislação do Detran, que já podem ser agendados com antecedência, de acordo com a conveniência do aluno. Para dar certo, esclarece Gomes, o ministério designaria os locais de prova para cada estudante.

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