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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que não vai devolver o dinheiro usado para financiar a viagem de sua mulher para três capitais do País, durante as festas do Carnaval. Ele afirmou que a companhia teve como objetivo evitar situações constrangedoras - "Sou casado há 26 anos e sei como é o ambiente do Carnaval"- e classificou a rotina, ao longo de quatro dias, como "absurdamente estafante".
No período, ele esteve em São Paulo, Recife, Bahia e Rio para reforçar ações de prevenção de DST-Aids , inaugurar serviços de saúde e conceder entrevistas. "Dormimos pouquíssimo", contou. De acordo com ele, o espaço obtido na mídia com informações passadas para prevenção se pago, custaria aos cofres públicos o equivalente a R$ 6 milhões
O ministro disse também que não vai pagar a viagem a São Paulo, feita um dia antes de ele assumir o cargo de professor da Universidade Federal de São Paulo. Chioro usou avião da Força Aérea Brasileira. "Não fiz nenhum mal-feito." Para tomar posse do cargo de professor, o ministro pediu exoneração por algumas horas, no dia 21 de fevereiro. Ele informou que a viagem foi feita no dia anterior, antes de pedir exoneração e, portanto, ainda na condição de ministro. "Fiz tudo dentro do rigor da lei"
As declarações foram dadas durante audiência pública realizada nesta quarta-feira, 19, na Câmara dos Deputados. Chioro foi convidado para falar sobre o programa Mais Médicos e os contratos de alimentação e transportes firmados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena, alvo de uma investigação por suspeita de superfaturamento. O ministro não deu informações novas a respeito da contratação das empresas de alimentação. De acordo com ele, o caso está na fase da investigação e, portanto, seria precipitado fazer qualquer tipo de afirmação.
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Durante parte da audiência pública, o carro de Chioro esteve estacionado em uma vaga destinada a deficientes físicos. Na saída, o erro foi novamente cometido: o motorista parou na vaga para o ministro entrar. Chioro informou, por meio da sua assessoria de imprensa, não saber que o motorista havia ocupado uma vaga proibida. E que o funcionário havia sido advertido.
Para a estreia em uma audiência pública, que durou mais de quatro horas, Chioro contou com a colaboração de integrantes da Contag. O grupo permaneceu por horas na sala de audiência, aplaudindo suas intervenções e protestando contra críticas feitas por deputados da oposição.
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Lava Jato
Alegando cansaço, ao sair da audiência, Chioro não quis comentar o suposto esquema de desvio de recursos públicos envolvendo contrato da Labogen S/A Química Fina com o Ministério da Saúde, que veio à tona na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou hoje, a interceptações telefônicas da PF apontam que a aquisição de um remédio usado no tratamento de hipertensão pulmonar, no valor de R$ 6,2 milhões por ano, teria feita com a intermediação do doleiro Alberto Yousseff, preso durante a operação.
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