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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou que terá de se afastar do país para ser submetido a mais uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno. Chávez pediu a unidade da população em favor da Revolução Bolivariana, defendida por ele, e indicou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, como seu sucessor, se algo lhe ocorrer. Na Venezuela, o vice-presidente é designado diretamente pelo presidente.
"Se, como diz a Constituição, ocorrer algo que me inabilite para continuar no comando da Presidência, seja para terminar os poucos dias restantes e, especialmente, para levar o novo período, (...) Nicolás Maduro deve concluir o período [presidencial]", disse Chávez ao discursar ontem (8) à noite em cadeia nacional de rádio e televisão.
"Minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável absoluta, total, é que neste cenário que obrigaria a convocação de eleições presidenciais vocês o elejam como presidente", acrescentou. Reeleito em outubro, Chávez deve assumir o novo mandato em 10 de janeiro. Se ele não conseguir tomar posse, o país terá que realizar novas eleições. Neste caso, o presidente recomenda que a população apoie Maduro.
É a primeira vez que Chávez admite a gravidade de seu estado de saúde e a possibilidade de se afastar da Presidência da República. Desde o ano passado, o venezuelano luta contra um câncer na região pélvica. A Assembleia Nacional (o Parlamento da Venezuela) vota hoje (9) o pedido de afastamento de Chávez do país. O presidente será submetido a mais uma cirurgia em Cuba.
Na tentativa de evitar contratempos, o presidente se poupou, seguindo minuciosamente as orientações médicas e definindo planos pouco otimistas, caso não consiga concluir mais um mandato. Ao discursar, ele acrescentou ainda que foi orientado pelos médicos, em Cuba, a fazer uma cirurgia de urgência.
Pelos dados da Presidência da Venezuela, o câncer de Chávez reapareceu pela terceira vez no mesmo local e a cirurgia é considerada imprescindível. Na campanha eleitoral, o presidente disse que estava curado. Porém, sua ausência pública logo após a reeleição chamou a atenção para uma possível piora em seu estado de saúde.
"É um dia triste para nós, é mais uma lição", disse o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, aliado de Chávez. "Tenho esperança e fé de que ele vai sair dessa situação."
Nos últimos dias, aumentou a desconfiança sobre a gravidade do estado de saúde de Chávez. O venezuelano era esperado na sexta-feira ( 7) em Brasília para a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, mas não compareceu e enviou o terceiro na hierarquia política da Venezuela: o ministro de Minas e Energia, Rafael Ramírez.
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