Política

Cartel: Alckmin vê motivação 'político-eleitoral'

Quatro secretários são citados no inquérito que investiga o cartel, entre eles Edson Aparecido, apontado pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer como destinatário de "comissões"

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 12/12/2013 às 18:05

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) criticou nesta quinta-feira, 12, a condução das investigações sobre a formação de cartel no metrô de São Paulo que, segundo ele, tem sido feita com objetivo "nitidamente político e eleitoral". Ele defendeu uma "investigação isenta" e a punição aos envolvidos.

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"Nós não temos preocupação eleitoral. Temos preocupação é com a verdade. Esse é nosso compromisso", disse o governador. Alckmin diz ser favorável a prisões de acusados, caso sejam comprovadas as denúncias. "Justiça é para todos, doa a quem doer. O que nós defendemos é investigação isenta contra mentira, contra falsidade. A Siemens fez a delação premiada em sete países, o Estado é vítima disso. Comprovado o cartel, as empresas vão indenizar o Estado. E se tiver algum funcionário, quem seja do governo envolvido será responsabilizado."

Quatro secretários de Alckmin são citados no inquérito que investiga o cartel, entre eles Edson Aparecido (Casa Civil), apontado pelo ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer como destinatário de "comissões". O titular do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM), é citado como autor de "acordos financeiros" com as empresas do setor metroferroviário. Rheinheimer é um dos ex-diretores da Siemens que assinaram acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Os secretários de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes (PSDB), e de Energia, José Aníbal (PSDB), são citados como sendo próximos do consultor Arthur Teixeira, apontado como lobista do cartel. Todos negam envolvimento com irregularidades. Alckmin criticou a forma como a denúncia foi feita ao Cade. "Houve uma denúncia que era anônima, apócrifa. Investigue-se, não tem nenhum problema. Depois, se disse que a denúncia envolvia pessoas do PSDB. Foi-se verificar, o texto foi alterado. O texto, quando passou do inglês para o português, foi enxertado, com objetivo nitidamente político e eleitoral", disse o governador.

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Geraldo Alckmin criticou a condução das investigações sobre a formação de cartel no metrô de São Paulo (Foto: Divulgação)

Há duas semanas, lideranças do PSDB alegaram que o deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT) adulterou trechos da carta, enviada de forma anônima e em inglês à Siemens em 2008. O petista, atual secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, é autor, como deputado estadual, de duas representações ao Ministério Público sobre o cartel. Ele nega que tenha alterado documentos.

'Onda de denuncismo'

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O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, aproveitou para criticar a abordagem da imprensa em relação a novas denúncias sobre o sistema do Metrô, ao que chamou de "onda de denuncismo". "É preciso fazer as coisas com mais calma. Primeiro, vocês da imprensa recebem todas as denúncias antes de nós. Quer dizer, nós ficamos sempre correndo atrás de vocês para dar explicação."

Ao Cade, a multinacional Siemens admitiu ter integrado esquema de combinação de preços entre 1998 e 2008 em contratos de São Paulo e do Distrito Federal. Além do Cade, há investigações em curso também no Ministério Público Estadual, no Ministério Público Federal em São Paulo e na Polícia Federal.

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