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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu nesta terça-feira, 8, com o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), alvo da Operação Lava Jato, e com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
O encontro não constou na agenda oficial do ministro e teria servido para se discutir a proposta que trata do terrorismo, atualmente sob a relatoria de Anastasia. A reunião foi confirmada pela assessoria dos dois tucanos.
A conversa entre os três ocorre em meio ao "vai e vem" a respeito das investigações contra Anastasia, que teria sido beneficiado no esquema de corrupção da Petrobrás. Para abrir a investigação, a Procuradoria-Geral da República tomou como base o depoimento do agente da Polícia Federal Jayme Alves Oliveira Filho - conhecido como Careca, e apontado como entregador de malas de dinheiro do doleiro Alberto Youssef.
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Em depoimento, Careca disse ter entregue em 2010 R$ 1 milhão a uma pessoa que não se identificou e, tempos mais tarde, soube que teria vencido a eleição para o governo de Minas Gerais naquele ano. Ao ser confrontado com uma foto de Anastasia pelos investigadores, o agente disse que o parlamentar se parecia com quem recebeu o dinheiro enviado por Youssef. A afirmação, porém, não foi confirmada posteriormente pelo doleiro.
Novos indícios
No último dia 27, a Procuradoria pediu o arquivamento do inquérito contra o senador mineiro. Na ocasião, a PGR entendeu que não havia "elementos mínimos" para prosseguir a apuração. Apesar do entendimento, a Polícia Federal, na semana passada, pediu ao Supremo Tribunal Federal a continuidade das investigações envolvendo o ex-governador mineiro com base em novos elementos colhidos no inquérito que poderiam comprovar as informações prestadas por Careca.
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O material enviado pela PF à Corte tem origem em uma denúncia feita por uma "cidadã comum" ao gabinete pessoal da Presidência da República, em janeiro deste ano. A autora descreve uma residência na qual um dos mensageiros de Alberto Youssef teria efetuado um pagamento em dinheiro a um político que a PF investiga se é Anastasia. Já no relatório da PF é citado um outro endereço para a suposta casa onde o dinheiro teria sido entregue ao senador, sugerindo "a existência de relevantes vínculos entre os atuais e antigos moradores" de uma das residências "e o grupo de sustentação política do senador". A denunciante já trabalhou na secretaria de Planejamento do governo de Minas Gerais, ainda na gestão tucana, encerrada em 2014.
A defesa de Anastasia diz tratar-se de "especulações sem nenhum compromisso com a verdade", um "absurdo casuísmo".