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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, contestou nesta quarta-feira, 18, a avaliação de documento reservado do Palácio do Planalto que vê "caos político" no atual cenário nacional, conforme revelado com exclusividade às 17h11 dessa terça-feira pelo Estadão.
O documento admite que o governo tem adotado uma comunicação "errática" desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, afirma que seus apoiadores estão levando uma "goleada" da oposição nas redes sociais e recomenda o investimento maciço em publicidade oficial em São Paulo, cidade administrada por Fernando Haddad (PT), como saída para reverter o quadro pós manifestações de 15 de março.
"Não vejo caos político, é uma apreciação de quem fez o documento. Tem de se perguntar a ele (ao autor do documento). Eu pessoalmente não vejo caos político, vejo uma situação em que o governo tem uma disposição ao diálogo, tem uma disposição de convergir, de buscar convergências com forças políticas. Vejo algumas forças políticas não muito propensas ao diálogo, mas é da vida democrática", comentou Cardozo, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto depois de lançamento de um pacote anticorrupção.
Questionado se concordava com a análise de que a comunicação do governo está "errática", Cardozo desconversou: "Não tinha recebido esse documento, não sei quem o fez, eu vou dizer francamente: não sou especialista em comunicação, mal e mal eu conheço direito. Se você me perguntasse de assunto jurídico, eu me arriscaria a dar opinião, mas sobre comunicação, sinceramente não é a minha área."
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O documento elaborado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República se divide em três partes, intituladas "Onde estamos", "Como chegamos até aqui" e "Como virar o jogo". "A comunicação é o mordomo das crises. Em qualquer caos político há sempre um que aponte 'a culpa é da comunicação'. Desta vez, não há dúvidas de que a comunicação foi errada e errática. Mas a crise é maior do que isso", diz o texto.
Fotografia
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Sobre a última pesquisa Datafolha, que mostrou que 62% dos brasileiros classificam a gestão Dilma Rousseff como "ruim ou péssima", Cardozo minimizou o resultado do levantamento, que apontou um sentimento generalizado de insatisfação com o Palácio do Planalto. A pesquisa foi publicada na edição desta quarta-feira do jornal "Folha de S.Paulo".
"Pesquisas são fotografias de um momento, e essas fotografias não prendem a realidade, a realidade tem fluxo. A fotografia tem essa característica: fotografa um momento, mas não aprisiona a realidade fotografada. A realidade muda, se altera. Esse é um momento fotografado que deve ser analisado, objeto de reflexão, mas não aprisiona a realidade", avaliou.
"Tenho absoluta certeza de que a presidente Dilma Rousseff ao longo dos quatro anos de mandato terá um magnífico desempenho como teve no primeiro mandato e mostrará a todos os brasileiros que as suas bandeiras serão plenamente satisfeitas. Seguramente ao longo desses quatro anos vai mudar (a fotografia), os brasileiros terão um magnífico resultado a apreciar na fotografia que será tirada adiante", completou o titular da Justiça.
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