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Em campanha em Salvador, o candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, disse no fim da tarde desta quinta-feira, 7, que a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, tem "toda a responsabilidade pela má governança" que levou a Petrobras a ser alvo de uma série de denúncias contra sua administração.
Para ele, o governo também erra ao "não falar a verdade" nos depoimentos de executivos e ex-executivos na CPI da Petrobrás, instalada no Congresso - Campos chamou os interrogatórios de "teatro" e "vergonha".
"Não tem como separar a presidente da crise que vive a Petrobras", disse o candidato. "A presidente Dilma (Rousseff) tem toda responsabilidade não só sobre o que está acontecendo na Petrobras, mas em todo o setor de energia do País, porque há quase 12 anos ela é quem comanda esse setor. Ela foi ministra de Minas e Energia e presidente do conselho da Petrobras. Depois de oito anos nessa posição, ela, como presidente da República, nomeou um novo conselho e os dirigentes todos da Petrobras", afirmou.
Campos também qualificou como "lamentável" o fato de, segundo ele, o governo estar protegendo quem cometeu erros na estatal. "A responsabilidade objetiva sobre quem cometeu algum malfeito ou não as apurações vão dizer, mas é lamentável que depois de tudo o que aconteceu na Petrobras a atitude do governo não seja outra", avaliou.
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"A atitude que estávamos esperando neste momento era falar a verdade, deixar que a verdade pudesse ajudar na recuperação da Petrobras. Nós não vamos recuperar a Petrobras com mentiras, protegendo quem fez errado."
Para o ex-governador pernambucano, a crise na estatal afeta toda a cadeia do setor petroquímico no País, fazendo com que indústrias estejam enfrentando dificuldades financeiras. "São muitas empresas que estão fechando as portas por atrasos de pagamentos da Petrobras, é esse o resultado da má governança da Petrobras", avaliou.
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"Aí, você é um trabalhador, tem filho para sustentar, as contas de casa para pagar, e vê na televisão que tudo aquilo que ocasionou essa situação na sua vida, na vida da empresa que você trabalha, virou teatro. Em vez de vir a público para que se corrijam os erros, pessoas do governo estão treinando teatro para, em vez de apurar, colocar uma cortina de fumaça, isso é uma vergonha."
O candidato ainda ironizou o PT, ao comparar o comportamento da legenda quando era oposição ao governo federal ao atual. "Imagina se um governo que não fosse do PT estivesse fazendo isso, o que o PT não estaria fazendo, imagina se fosse no governo do (ex-presidente) Fernando Henrique (Cardoso, do PSDB)" provocou. "Nós não lutamos a vida inteira, em todos os movimentos sociais, na luta pela democracia e pela liberdade, para constituir um governo para fazer isso."
Na visita a Salvador, sem a companhia da candidata a vice em sua chapa, Marina Silva, mas acompanhado pelos candidatos de seu partido ao governo e ao senado na Bahia - respectivamente, Lídice da Mata e Eliana Calmon -, Campos participou de uma caminhada pelo Pelourinho, conversou com populares, tirou fotos com eleitores e visitou pontos de interesse turístico e social, como o restaurante Alaíde do Feijão e a sede do Cortejo Afro. À noite, o candidato participou de um encontro com jovens, também no Centro Histórico.
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