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Sob promessas de "serenidade" e investigação "imparcial", a Câmara dos Deputados instalou nesta quinta-feira (6) a CPI para investigar os empréstimos do BNDES, sem a presença do PT nos dois principais cargos de comando.
Com uma chapa única concorrendo, os deputados elegeram Marcos Rota (PMDB-AM) como presidente e José Rocha (PR-BA) como relator. Por um acordo costurado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PT ficou de fora do comando.
Cunha é hoje adversário declarado do governo. Ele afirma haver uma dobradinha sigilosa entre o Planalto e o Ministério Público Federal para incriminá-lo na Operação Lava Jato. Adversários afirmam, entretanto, que ele usa o embate político como cortina de fumaça contra as investigações.
O deputado Rota defendeu que o clima político de crise não deve contaminar a CPI, mas afirmou que há uma intenção de obter informações sigilosas dos empréstimos do BNDES. "Não vamos proteger nem perseguir quem quer que seja".
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Já o relator defendeu "serenidade" e afirmou que vai trabalhar com "responsabilidade e sobretudo com compromisso com o país".
Nos bastidores, parlamentares comentam que a CPI pode agravar a crise do governo Dilma Rousseff, ao revelar as condições dos empréstimos do BNDES.
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O petista Afonso Florence (BA), um dos vice-líderes do governo, minimizou a exclusão do PT e disse que se deveu a um acordo de lideranças, porque o partido já tem a relatoria da CPI da Petrobras. Florence afirmou que o sigilo em operações do BNDES leva em conta regras internacionais.
"A estratégia de desenvolvimento de empresas desfruta de sigilo em qualquer lugar do mundo civilizado", afirmou.
A partir desta quinta, a CPI começa a receber requerimentos dos parlamentares. Na próxima semana, deve começar a votar os primeiros requerimentos e o plano de trabalho.
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