Política

Câmara Federal quer gastar R$ 400 milhões com ‘Parlashopping’

Casa Legislativa caminha na contramão do ajuste fiscal. A previsão é de que as obras sejam iniciadas em agosto do ano que vem

Publicado em 30/10/2015 às 10:38

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

Na contramão do ajuste fiscal, a Câmara dos Deputados anunciou, na última quarta-feira, que vai iniciar a construção do ‘Parlashopping’, um complexo que contemplará vagas de garagem para parlamentares, novos gabinetes, restaurantes e lojas.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

As obras custarão R$ 400 milhões e, de acordo com o 1º secretário, deputado Beto Mansur (PRB-SP), serão realizadas ‘com dinheiro próprio’, que a Câmara guarda de reservas nos cofres do Tesouro Nacional.

A previsão é de que as obras sejam iniciadas em agosto do ano que vem.

Na tentativa de rebater críticas de que as despesas com a obra iriam de encontro aos esforços do Governo em relação ao ajuste fiscal, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disparou: “vamos fazer no tamanho que a Câmara tem de Orçamento. Esse dinheiro pertence à Câmara. Isso está no nosso Orçamento e pertence a gente. É dinheiro da Câmara dos Deputados”.

Continua depois da publicidade

Beto Mansur explicou que a prioridade será a ampliação do Anexo 4 da Câmara para a construção de garagem subterrânea, auditório e novas salas para os deputados trabalharem.

“Nós já iniciamos um processo de construção nosso. Já começamos a autorizar o início da liberação de documentos para o Anexo 4-B e mais cinco andares de garagem subterrânea. Temos previsão de começar a obra em agosto do ano que vem, com dinheiro nosso, de venda da folha de pagamento, que está no Tesouro. São R$ 400 milhões que estão no cofre do Governo”, disse Mansur.

Mansur tenta justificar gasto alegando que Câmara usará ‘dinheiro próprio’ para realizar a obra (Foto: Luiz Torres/DL)

Continua depois da publicidade

Para construir o ‘Parlashopping’, a direção da Câmara pretendia inicialmente fazer uma parceria com empresas privadas. A ideia era que elas construíssem toda a infraestrutura e explorassem comercialmente o espaço com o aluguel de salas e lojas.

Mas as construtoras não demonstraram interesse em investir nas obras. Daí a decisão da cúpula da Câmara de desembolsar dos cofres públicos o dinheiro para uma das etapas da reforma, prevista para começar em agosto do ano que vem.

Horas extras

Continua depois da publicidade

A Mesa Diretora decidiu ainda reduzir a economia que previa fazer com o pagamento de horas extras de funcionários que acompanham as sessões noturnas de votação da Câmara. Os deputados haviam decidido restringir para 1.726 a quantidade máxima de servidores e secretários parlamentares que poderiam participar das sessões.

Antes, 4,3 mil funcionários participavam das votações, o que gerava um gasto de R$ 1,3 milhão por sessão. Com a restrição, que começou a valer em 16 de setembro, a Câmara pretendia economizar cerca de R$ 800 mil por mês.

De acordo com Beto Mansur, a Mesa Diretora avaliou, porém, que a quantidade de funcionários autorizados a permanecer nas sessões noturnas foi insuficiente. Ele afirmou que o número será elevado para até 2.439. Poderão receber horas extras 900 servidores de diferentes departamentos e até 1.539 secretários parlamentares (3 por gabinete de deputado).

Continua depois da publicidade

Segundo ele, em outubro, com a limitação maior, a Câmara gastou R$ 336 mil por sessão com hora extra. Com a redução da economia, passará a gastar R$ 500 mil. “É uma decisão técnica. Chegamos à conclusão de que com o número de funcionários que tínhamos não dava para trabalhar”.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software