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Dois dias depois de o PT romper a aliança com o PMDB no Rio de Janeiro e anunciar a saída dos petistas empregados no Estado, o governador Sérgio Cabral fez nesta quarta-feira, 29, uma declaração pública de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Embora contrariado com a candidatura do senador petista Lindbergh Farias ao Palácio Guanabara, Cabral prometeu que o palanque do vice-governador Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB, será de Dilma. O governador, que chegou a ameaçar não apoiar a reeleição da presidente se Lindbergh insistisse na disputa, deixou de lado o discurso de que não aceitaria palanque duplo para a presidente no Estado.
"Nosso compromisso é claro com a presidente Dilma, uma amiga do Rio e minha amiga pessoal. A decisão do PT do Rio de Janeiro em nada compromete a nossa parceria. É natural que estejamos juntos para defender que essa integração permaneça e que o Brasil continue avançando sob a liderança dessa mulher. Se a unidade regional não foi possível, a unidade com a presidente Dilma está garantida", afirmou o governador em entrevista, depois de inaugurar a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, em Belford Roxo. "Não tenho medo de candidatura do PT", disse Cabral.
Em maio passado, durante jantar com o vice-presidente Michel Temer, Cabral lembrou a amizade com o tucano Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à sucessão de Dilma, para mostrar que tinha alternativas na disputa presidencial. O governador apostava na interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para forçar o apoio do PT à candidatura de Pezão. De junho em diante, no entanto, os protestos que pegaram os políticos de surpresa foram especialmente prejudiciais ao governador fluminense, que perdeu popularidade e foi obrigado a admitir que precisava de uma "boa dose de humildade".
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Diante do desgaste do peemedebista, o PT avançou na candidatura própria, com aval de Lula. Agora, desfeita a aliança PMDB- PT e consolidada a candidatura de Lindbergh, Cabral tenta mostrar que ele e Pezão são os grandes aliados da presidente no Estado. Segundo o governador, Dilma participará de inaugurações e lançamentos de programas no Rio a partir do mês que vem. "Se dependesse de mim, ela viria ao Rio toda semana. Agenda não falta", afirmou.
Cabral disse ter "orgulho" de, em 2010, "participar do processo que deu 70% de votos à presidente Dilma no segundo turno". Ele planeja entregar o cargo a Pezão em 3 de abril e disputar o Senado.
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Alianças regionais
Ao mesmo tempo que promete trabalhar pela reeleição de Dilma, Cabral deverá levar para o governo, no lugar do PT, o Solidariedade, que já fechou apoio a Aécio, e o PSD, que, no Rio, não seguirá a decisão nacional de apoio a Dilma. Nesta quarta, o PSD-RJ desistiu da candidatura própria do ex-deputado Indio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra em 2010, e aprovou indicativo de aliança com PMDB.
Segundo Cabral, são alianças regionais que não estão vinculadas à disputa nacional. O Solidariedade deverá ficar com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e o PSD, com a do Ambiente.
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O governador vai assinar nesta quinta-feira, 30, a exoneração dos dois secretários estaduais petistas: Zaqueu Teixeira, de Assistência Social e Direitos Humanos, e Carlos Minc, do Ambiente. Nesta quarta, o governador fez elogios a Zaqueu.
O presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, calcula que o PT tem até 350 cargos comissionados no governo. Auxiliares de Cabral, no entanto, dizem que são pelo menos 700.
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