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Bolsonaro diz que troca de presidente e diretores é para acabar com caixa-preta da Petrobras

O termo caixa-preta já foi amplamente utilizado pelo presidente para se referir ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Folhapress

Publicado em 31/05/2022 às 07:32

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Jair Bolsonaro / Reprodução/Youtube

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (30) que busca trocar a presidência e diretoria da Petrobras para acabar com o que chamou de "caixa-preta" na política de preços da companhia.

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"Trocamos o ministro de Minas e Energia e nós estamos agora buscando trocar o presidente da Petrobras", disse em entrevista a Sikêra Jr, da TV A Crítica, gravada no último sábado (28), em viagem a Manaus (AM).

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"É uma caixa-preta muitas vezes, você não tem informação. O tal do PPI, queremos saber a mecânica disso", afirmou. O presidente disse em seguida que está há "uma semana para conseguir isso aí [informações sobre PPI]". "Olha a dificuldade", queixou-se.

O termo caixa-preta já foi amplamente utilizado pelo presidente para se referir ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

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A instituição chegou a gastar R$ 48 milhões em uma consultoria, que não encontrou indícios de corrupção em oito operações investigadas. Depois, Bolsonaro passou a falar que nunca existiu caixa-preta no BNDES.

No último dia 11, Bolsonaro trocou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, por Adolfo Sachsida, então membro da equipe de Paulo Guedes.

Uma semana depois, trocou o comando da estatal, indicando o secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.

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Embora indicado, ele só deve assumir o posto em cerca de 60 dias. Paes de Andrade é o quarto nome de Bolsonaro para a estatal na qual ele diz não interferir.

As trocas ocorreram em meio às altas sucessivas nos preços dos combustíveis, devido ao aumento nos valores internacionais, puxados pela guerra na Ucrânia. O presidente tem demonstrado especial preocupação com o preço do diesel - o último reajuste motivou a mais recente troca na companhia.

O chefe do Executivo, contudo, afastou o risco de um eventual desabastecimento do diesel, que tem preocupado caminhoneiros. A categoria integra base eleitoral do presidente, que busca se reeleger neste ano.

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"Se faltar hoje [diesel], por 40 dias aproximadamente você ainda garante o diesel. Você vai fazer uma campanha pra economizar, né, e tem aproximadamente 40 dias", disse.

De acordo com Bolsonaro, o estatuto da Petrobras estabelece que o reajuste do preço dos combustíveis não precisa ser automático, mas que poderia ocorrer em espaço de até um ano.

A estatal não realiza aumentos automáticos, mas, devido ao estatuto e às leis a que está submetida, não pode segurar o reajuste, uma vez que acompanha os valores de mercado.

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Bolsonaro declarou, em tom queixoso, que a Petrobras "é praticamente autônoma". "O que nós estamos tentando fazer agora, via MME [Ministério de Minas e Energia], que foi trocado o ministro, ele quer trocar o presidente da Petrobras, para colocar uma nova diretoria para que os números da Petrobras sejam expostos para opiniao pública, e não ser praticamente uma caixa-preta como é hoje em dia", completou.

Esta foi a primeira vez que o presidente admitiu abertamente que busca trocar o comando da empresa, que entrou na sua mira após sucessivos aumentos no preço dos combustíveis.

Ele atacou a empresa, em diferentes momentos, durante a entrevista divulgada nesta segunda-feira, e disse que ela não precisa desse "lucro excessivo" e que ela "não tem qualquer responsabilidade e quer mais arrancar dinheiro do povo".
A empresa pagou R$ 44 bilhões de dividendos no primeiro trimestre.
O anúncio foi feito uma semana antes de novo reajuste no preço do diesel, o que motivou a ira de Bolsonaro contra o então presidente da companhia, José Mauro Ferreira Coelho.

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