Política
Putin é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, proibido no país, e marchas LGBTQIA+ acontecem cada vez menos, já que desde 2012 são reprimidas
Bolsonaro é defensor do Golpe Militar de 64 / Isac Nobrega/PR
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Questionado por um apoiador se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, era "gente da gente", o líder brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), chamou nesta quinta (27) o mandatário russo de "conservador".
Bolsonaro, que visitará a Rússia no final de fevereiro, a convite de Putin, falava com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, em Brasília. O chefe do Executivo brasileiro disse ainda que, na viagem, buscará "melhores entendimentos" e "relações comerciais". "O mundo todo é simpático a gente."
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Enquanto o presidente ainda não fez viagens oficiais ao país de Putin, o líder russo esteve no Brasil em 2019, para uma reunião do Brics, bloco formado por Índia, China e África do Sul, além de Brasil e Rússia.
De acordo com informações da agência estatal russa Tass, Putin convidou Bolsonaro no começo de dezembro para uma visita e disse que o Brasil é um dos "mais importantes parceiros estratégicos". À época, o presidente brasileiro confirmou o convite e disse estar "feliz e honrado".
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Há mais de 20 anos à frente do Kremlin, o líder russo tem adotado posicionamentos considerados cada vez mais conservadores. Ele é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo, proibido no país, e marchas LGBTQIA+ acontecem cada vez menos, já que desde 2012 são reprimidas em diversos locais.
Em 2013, Putin apoiou leis que criminalizam o que chama de "propaganda gay para menores de idade", algo amplamente criticado no Ocidente. Enquanto há clubes LGBT mais ou menos disfarçados em grandes centros como Moscou, em regiões como a Tchetchênia a repressão é brutal.
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No Brasil, com a proximidade da eleição, Bolsonaro tem reforçado as críticas ao que chama de "ideologia de gênero". Na quarta, disse que a maioria da população "LGBT é contrária [à ideologia de gênero]".
Em novembro de 2020, Bolsonaro publicou um vídeo em que Putin tece elogios às "qualidades masculinas", à "coragem" e à "determinação" do brasileiro. "Muito obrigado, sr. presidente Bolsonaro. Não foi fácil para todos nós trabalharmos neste ano [em referência à pandemia], mas você também enfrentou pessoalmente esta infecção e passou pelas provações com muita coragem. Desejo a você tudo de melhor, em primeiro lugar, saúde", disse Putin, em referência à contaminação de Bolsonaro pelo coronavírus.
A Rússia hoje está no centro do noticiário internacional devido às acusações de potências ocidentais de que teria a intenção de invadir a Ucrânia, cujas fronteiras hoje contam com a presença de mais de 100 mil soldados russos. A ameaça militar busca afastar a possibilidade de o país vizinho se juntar à Otan, a aliança militar do Ocidente, que poderia, assim, aproximar-se dos arredores do país de Putin.
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A crise opõe, principalmente, Rússia e EUA, cujo presidente, Joe Biden, é um desafeto de Bolsonaro. Durante a campanha eleitoral americana, em 2020, o brasileiro afirmou publicamente torcer pela vitória do derrotado Donald Trump. O democrata também criticou o brasileiro devido à política ambiental do Planalto. Desde que Biden foi eleito, os líderes de Brasil e EUA não se falaram diretamente.
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