Política
"Esse inglês era malvisto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele."
Presidente Jair Bolsonaro / Facebook/Jair Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (15) que o jornalista britânico Dom Phillips, 57, que está desaparecido na Amazônia, "era malvisto na região" porque fazia reportagens contra garimpeiros e que deveria ter tido mais atenção "consigo próprio".
Segundo o chefe do Executivo, o repórter e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, 41, que também está desaparecido, "resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu o problema".
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Também nesta quarta, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou estar "profundamente preocupado" com o fato de seu conterrâneo ainda não ter sido encontrado na Amazônia.
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Bolsonaro comentou o caso, mas não falou sobre a afirmação de Johnson.
"Esse inglês era malvisto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele."
"Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão. A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar lá", afirmou em entrevista à jornalista Leda Nagle, simpatizante do bolsonarismo.
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O mandatário disse que os dois desaparecidos deveriam estar armados para se protegerem na região. "É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam."
O presidente afirmou que "pede a Deus" para que nada tenha ocorrido com os dois. Ele disse que, caso tenham sido assassinados, podem não ter os corpos encontrados.
"Aquela região, você pode ver, pelo que tudo indica, se mataram os dois, se mataram, espero que não, eles estão dentro d'água e dentro d'água pouca coisa vai sobrar, peixe come, não sei se tem piranha lá no Javari. A gente lamenta tudo isso aí", afirmou.
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O chefe do Executivo também voltou a criticar o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), por ter dado uma decisão em que mandou o governo adotar todas as providências possíveis para encontrar Phillips e Pereira.
"Barroso podia dar cinco dias também para achar os 60 mil", disse, em relação ao número de desaparecidos no país. E prosseguiu: "Vem sentar na cadeira para dar dica de como achar os 60 mil desaparecidos e não só dois que estão lá porque todos merecem dedicação".
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