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Enquanto a decisão de ter Marina Silva na cabeça de chapa, como sucessora natural de Eduardo Campos, parece ponto pacífico, a bolsa de apostas para o nome do vice ou da vice segue variada. Alguns nomes, no entanto, já começam a ganhar força. Segundo interlocutores do PSB e assessores próximos às lideranças, despontam os nomes do deputado federal Beto Albuquerque (RS), do ex-ministro Fernando Bezerra e do deputado federal Júlio Delgado (MG).
Os interlocutores são praticamente unânimes em dizer que a chapa será puro-sangue, ou seja, com vice do PSB. A ideia da maior parte da liderança é que seja uma pessoa mais ligada à legenda, que tenha tido relação próxima a Campos e que tenha se envolvido com o projeto que o candidato tocava ao lado de Marina. Ser homem, jovem, com perfil gerencial são também aspectos desejáveis. "O vice tem que ter o trânsito que a Marina não tem", disse um integrante do partido presente à reunião de lideranças que acontece em São Paulo. Isso poderia apaziguar os ânimos com setores reticentes à ex-senadora, como o mercado financeiro e o agronegócio. Nesse sentido, despontam Beto e Delgado. Bezerra também ganha força por ser de Pernambuco, mas há indicativos de que o regionalismo poderá contar menos pontos
Entre as apostas de Pernambuco, foram citados também Mauricio Rands, coordenador de programa da campanha até aqui, integrantes da família de Eduardo, em especial o irmão Antônio e a mulher Renata, e até mesmo o afilhado político de Campos, Paulo Câmara. Pesa contra o nome de Rands o fato de ele ter vindo recentemente do PT. "Ele chegou ontem no partido, precisa ser alguém com mais identidade", disse um assessor. Os membros da família até poderiam trazer algum peso à chapa, mas são tratados internamente como cartas fora do baralho. E Câmara ser deslocado da sua campanha para governador de Pernambuco seria um risco desnecessário.
Há ainda o nome de Luiza Erundina, apoiado pelo presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral. Amaral, diz-se nos bastidores, chegou a batalhar por Erundina como cabeça de chapa, mas logo viu que seria inviável. "Tirar Marina seria assumir que o projeto estava todo errado. Ela era boa pra ser vice na campanha e não seria boa pra assumir a candidatura? É um discurso que não se sustentaria", concluiu outro assessor.
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Erundina, apesar de correr por fora, poderia ganhar peso pelo seu nome com o eleitorado de São Paulo, onde Marina terá dificuldades, dado que não apoia a aliança com o governador candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB). "Ela tem força do partido pra fora, mas não do partido pra dentro", disse uma liderança sobre a possibilidade de Erundina como vice de Marina. Além disso, ela já tem alguma idade, 79 anos, e tem ideias parecidas com a ex-senadora. "Seria misturar óleo com óleo, precisa ser óleo com sal ou com vinagre", comentou uma fonte.
As cotações chegaram até aos nomes de Ana Arraes, mãe de Campos e ministra do Tribunal de Contas da União, e de Lidice da Mata. Essa última, contam integrantes do partido, ficou até bastante chateada por ser cotada, pois sentiu que poderia atrapalhar sua campanha para o governo da Bahia.
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